Compreender a questão agrária sob o modo capitalista de produção sempre foi tarefa difícil e complicada. Não porque muitos autores não a tenham praticamente esgotada, mas porque os estudos mais trazemdiscordâncias do que convergência. Por isso, esta temática cria atritos entre os conservadores e os progressistas,entre os socialistas e os comunistas, e entre todos eles e os anarquistas. Não há possibilidade nenhuma deconsenso ou mesmo de aproximações. Sempre haverá pressupostos que se interporão abrindo espaço para apolêmica e discussões. Não há como encerrá-la no mundo político, ideológico ou teórico, pois sempre haverá umnovo texto para reavivá-la, ou mesmo, o devir da história para (re) ou propô-la.
Assim, este livro nasce deste contexto do embate teórico, político e ideológico que tem movido osestudos sobre a questão agrária. Nasce de uma convicção sobre o papel e o lugar do campesinato na sociedadecapitalista contemporânea. Não deriva de imposições apriorísticas da vontade individual do intelectual, mas dodiálogo travado na caminhada das salas de aula, das pesquisas de campo, das discussões com os novospersonagens da cena política do país, os camponeses em seus espaços de lutas, de estudos e reflexões. Por isso eleé um livro em transformação. Um conjunto de conhecimentos e saberes em transformação. Contém minhasprimeiras reflexões, mas também, contém as últimas.
Ele nasceu da fusão de meu primeiro livro publicado pela Editora Ática “Modo Capitalista de Produção eAgricultura”, Série Princípios nº 89, 1986, e três conjuntos de textos que escrevi referentes à renda da terra,publicados na revista Orientação do antigo Instituto de Geografia – USP; sobre a reforma agrária inéditos, sendoque apenas um havia sido publicado como verbete no “Dicionário da Terra” da Editora Civilização Brasileira em2005; e outro conjunto de texto que publiquei sobre a questão agrária brasileira, os movimentos sociais de lutapela terra e a reforma agrária no Brasil. Este último conjunto de textos foi publicado em periódicos, apresentadose congressos, encontros e fóruns acadêmicos e políticos, e dois deles já circulam na Web, como enfrentamentopolítico à farsa dos números da reforma agrária do MDA/INCRA do governo Lula.
Dessa forma, espero que os leitores encontrem nele velhas e novas questões, mas, sobretudo, novosdesafios teóricos e políticos para continuar a caminhada. Caminhada de quem apreendeu a caminhar junto, parajunto, apreender a caminhar. Pretende ser instrumento de debate teórico e político simultaneamente. Sem medode correr riscos. Riscos no mundo acadêmico, pois a parte dele publicada como livro pela Ática, sempre foichamado de “livrinho”. O diminutivo para muitos vinha carregado de carinho e apreço, mas para outros carregavao fel amargo de quem não tem coragem de enfrentar a crítica. Como vocês podem ver, trata-se agora, do“livrinho” que cresceu, e deu frutos. Assim, ele retorna acompanhado dos “filhotes” que ajudou a parir.`
Mas, ele traz mais um desafio, romper a barreira imposta pelo “lucro a qualquer custo” das editorascomerciais e universitárias. Não vou negar, que minha experiência com elas não tenha sido contraditória, pois háde “tudo” também neste setor da produção editorial capitalista. Alegrias, frustrações, decepções não faltaramnestes já mais de 20 anos de intenso convívio.
Por isso, a decisão de caminhar na direção de destinar o conhecimento aos interessados, sem a mediaçãoda exploração capitalista do mercado editorial. Ele vai para a Web, levando o recado e a tentativa de tornar oconhecimento acessível sem a mediação da “compra monetária do livro”.
A esperança nasceu da convicção de que a abordagem e o ensino do capitalismo precisam conter tambéma sua superação. Espero que ele represente o início de minha libertação das editoras comerciais. Por isso, esperoapenas que aqueles que dele fizerem uso lembrem-se apenas de citar a fonte, porque ele também nasceu de muitasoutras fontes citadas.
Acredito mesmo, que ele já é parte da luta pela difusão ampla, geral e irrestrita do conhecimento livre egratuito.
Por fim, queria que ele representasse uma homenagem singela e carinhosa à Dom Tomás Balduíno,semeador e símbolo de esperança e renovação permanente na luta pela terra no Brasil.
São Paulo, no final do ano de 2007.
Ariovaldo Umbelino de Oliveira
Clique aqui e confira o livro: Modo capitalista de produção, agricultura e reforma agrária
16 outubro, 2008
15 outubro, 2008
Mestrado em Geografia na UFGD
Programa de Pós-graduação – Mestrado em Geografia (PPGG) – da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) foi encaminhado com proposta para apreciação pela Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal do Ensino Superior (CAPES), quando o Campus de Dourados, que pertencia à Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) foi desmembrado, para a criação da UFGD. Trata-se de Mestrado Acadêmico, reconhecido pela CAPES em agosto de 2007 e seu primeiro processo seletivo foi realizado em 2007, com o ingresso de quinze acadêmicos.
O corpo docente é formado por oito professores do curso de Geografia da UFGD, Professores Adauto de Oliveira Souza, Edvaldo César Moretti, Flaviana Gasparotti Nunes, Jones Dari Goettert, Lisandra Pereira Lamoso (coordenadora), Márcia Yukari Mizusaki, Maria José Martinelli Silva Calixto e Silvana de Abreu. Participam também dois professores da Unesp de Presidente Prudente, Prof. Antônio Thomaz Junior e Cláudio Benito de Oliveira Ferraz. Seu corpo docente já possuía experiência em orientação e participação em banca mesmo antes da implantação do Programa.
O conjunto do corpo docente, até o final de 2007, já havia orientado 32 dissertações de Mestrado, 66 monografias de Especialização, 94 bolsistas de Iniciação Científica e 139 monografias de bacharelado. Este corpo docente também acumula a participação em 25 bancas de defesa de Tese, 65 bancas de defesa de dissertação de Mestrado, 75 bancas de defesas de monografias de Especialização e 195 bancas de Monografia de Bacharelado em diferentes Instituições.
Clique aqui e confira o edital.
Universidade Federal da Grande Dourados – Faculdade de Ciências Humanas – Mestrado em Geografia. Rodovia Dourados – Itahum, km12. CEP: 79825—070Dourados-MS - Caixa Postal 322Tel (67) 3411-3904
E-mail: mestrado.geografia@ufgd.edu.br
Site: www.mestradoemgeografia.com
O corpo docente é formado por oito professores do curso de Geografia da UFGD, Professores Adauto de Oliveira Souza, Edvaldo César Moretti, Flaviana Gasparotti Nunes, Jones Dari Goettert, Lisandra Pereira Lamoso (coordenadora), Márcia Yukari Mizusaki, Maria José Martinelli Silva Calixto e Silvana de Abreu. Participam também dois professores da Unesp de Presidente Prudente, Prof. Antônio Thomaz Junior e Cláudio Benito de Oliveira Ferraz. Seu corpo docente já possuía experiência em orientação e participação em banca mesmo antes da implantação do Programa.
O conjunto do corpo docente, até o final de 2007, já havia orientado 32 dissertações de Mestrado, 66 monografias de Especialização, 94 bolsistas de Iniciação Científica e 139 monografias de bacharelado. Este corpo docente também acumula a participação em 25 bancas de defesa de Tese, 65 bancas de defesa de dissertação de Mestrado, 75 bancas de defesas de monografias de Especialização e 195 bancas de Monografia de Bacharelado em diferentes Instituições.
Clique aqui e confira o edital.
Universidade Federal da Grande Dourados – Faculdade de Ciências Humanas – Mestrado em Geografia. Rodovia Dourados – Itahum, km12. CEP: 79825—070Dourados-MS - Caixa Postal 322Tel (67) 3411-3904
E-mail: mestrado.geografia@ufgd.edu.br
Site: www.mestradoemgeografia.com
01 outubro, 2008
I Simpósio do Nurba teve cerca de 250 participantes e 22 trabalhos apresentados
O I Simpósio do Núcleo de Estudos Urbanos, Regionais e Agrários (Nurba) realizados nos dias 25 a 27 tiveram cerca de 250 inscrições de estudantes universitários, secundaristas, professores, pesquisadores e lideranças populares. A abertura do evento contou com a presença do professor doutor da Universidade de São Paulo (USP), o geógrafo Ariovaldo Umbelino de Oliveira, pesquisador, intelectual e militante das causas populares. O auditório da Universidade Federal do Tocantins (UFT), campus localizado na parte central da cidade de Porto Nacional, estava lotada no primeiro dia do simpósio.
No segundo dia do evento, os participantes tiveram pela manhã discussões sobre as transformações no campo, discutidas pelo professor doutor da UFT, o geógrafo Elizeu Lira, e o militante do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) Flávio Correia Maciel. Logo após o debate do campo, o estudante de mestrado Eliseu Brito coordenou a mesa sobre as transformações na cidade, que foi composta também pela professora Germana Pires Coriolano e pelo geógrafo Wlisses.
Além dos debates sobre campo e cidade, o simpósio discutiu sobre desenvolvimento regional, falando dos empreendimentos: Hidrelétrica de Estreito e Projeto Manuel Alves. O tema foi debatido pela mestranda Patrícia Chaves e o graduado Dalmo. Patrícia trouxe para o evento as observações e realidades constatadas pela sua pesquisa na região impactada pela hidrelétrica de Estreito. Dalmo discutiu sobre a implantação do projeto Manuel Alves, e a inserção da mamona, pinhão-manso e soja no projeto de fruticultura.
A discussão sobre transformações territoriais, coordenada por Marciléia Bispo, contou com a participação do mestrando e geógrafo Sebastião Oliveira que apresentou sua pesquisa sobre as transformações de Porto Nacional após a construção de Palmas. Isis, pesquisadora e membro do Ministério do Meio Ambiente, discutiu com os participantes sobre os impactos do turismo nas comunidades tradicionais.
O simpósio foi encerrado com uma palestra sobre o impacto da atividade do turismo nos territórios indígenas. Logo após o professor Napoleão Araújo levou os participantes para um passeio pelo centro histórico de Porto Nacional. Os presentes no evento tiveram a oportunidade de conhecer o museu, casas históricas, o seminário e a catedral, além da Rua do Cabaçaco. À noite fechou-se com uma festa aconchegante animada pelos artistas Elizeu Lira e Torres, no bar Maresias, às margens do antigo Rio Tocantins.
Destaque
Um dos grandes momentos do I Simpósio do Nurba foi à tarde de sexta-feira, 26, momento das Comunicações Livres, onde foram apresentados 22 trabalhos por acadêmicos de diversas áreas e estudantes do mestrado. Pesquisas sobre agronegócio, comunidades tradicionais, empreendimentos energéticos, assentamentos foram discutidas pelos participantes do evento. (Aline Sêne)
No segundo dia do evento, os participantes tiveram pela manhã discussões sobre as transformações no campo, discutidas pelo professor doutor da UFT, o geógrafo Elizeu Lira, e o militante do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) Flávio Correia Maciel. Logo após o debate do campo, o estudante de mestrado Eliseu Brito coordenou a mesa sobre as transformações na cidade, que foi composta também pela professora Germana Pires Coriolano e pelo geógrafo Wlisses.
Além dos debates sobre campo e cidade, o simpósio discutiu sobre desenvolvimento regional, falando dos empreendimentos: Hidrelétrica de Estreito e Projeto Manuel Alves. O tema foi debatido pela mestranda Patrícia Chaves e o graduado Dalmo. Patrícia trouxe para o evento as observações e realidades constatadas pela sua pesquisa na região impactada pela hidrelétrica de Estreito. Dalmo discutiu sobre a implantação do projeto Manuel Alves, e a inserção da mamona, pinhão-manso e soja no projeto de fruticultura.
A discussão sobre transformações territoriais, coordenada por Marciléia Bispo, contou com a participação do mestrando e geógrafo Sebastião Oliveira que apresentou sua pesquisa sobre as transformações de Porto Nacional após a construção de Palmas. Isis, pesquisadora e membro do Ministério do Meio Ambiente, discutiu com os participantes sobre os impactos do turismo nas comunidades tradicionais.
O simpósio foi encerrado com uma palestra sobre o impacto da atividade do turismo nos territórios indígenas. Logo após o professor Napoleão Araújo levou os participantes para um passeio pelo centro histórico de Porto Nacional. Os presentes no evento tiveram a oportunidade de conhecer o museu, casas históricas, o seminário e a catedral, além da Rua do Cabaçaco. À noite fechou-se com uma festa aconchegante animada pelos artistas Elizeu Lira e Torres, no bar Maresias, às margens do antigo Rio Tocantins.
Destaque
Um dos grandes momentos do I Simpósio do Nurba foi à tarde de sexta-feira, 26, momento das Comunicações Livres, onde foram apresentados 22 trabalhos por acadêmicos de diversas áreas e estudantes do mestrado. Pesquisas sobre agronegócio, comunidades tradicionais, empreendimentos energéticos, assentamentos foram discutidas pelos participantes do evento. (Aline Sêne)
30 setembro, 2008
Movimentos sociais no ensino formal, numa abordagem geográfica: o caso dos alunos do 3º ano do Centro de Ensino Médio Féliz Camô
Por: Patrícia Rocha Chaves e Elizeu Ribeiro Lira
Este artigo trata do exercício da prática de geografia em sala de aula, no Centro de Ensino Médio Cem Félix Camôa, percebemos que temas atuais como, o estudo dos movimentos sociais, nem ao menos permeiam as discussões na aula de geografia. Enquanto no Estado do Tocantins e especificamente em Porto Nacional, foi presenciada a territorialização dos movimentos sociais, principalmente os de maiores repercussão como o MAB (Movimento de Atingidos por Barragens) e o MST (Movimento Sem Terra). Os alunos do referido colégio não são levados a debater as questões relevantes aos movimentos sociais e por outro lado, os professores apresentam uma enorme dificuldade em lidar com o tema. Nesse artigo, nos propusemos a pesquisar esse tema no Centro de Ensino Médio Cem Félix Camôa, a fim de identificar o problema da ausência dos conteúdos sobre movimentos sociais na sala de aula, propondo apresentar os resultados da pesquisa junto aos professores de geografia, da rede de ensino público, do município de Porto Nacional.
Palavras-chave: Ensino de Geografia, Movimentos sociais, Cidadania, Sócioterritorialização, Sócioespacialização.
Clique e confira o artigo na íntegra.
Este artigo trata do exercício da prática de geografia em sala de aula, no Centro de Ensino Médio Cem Félix Camôa, percebemos que temas atuais como, o estudo dos movimentos sociais, nem ao menos permeiam as discussões na aula de geografia. Enquanto no Estado do Tocantins e especificamente em Porto Nacional, foi presenciada a territorialização dos movimentos sociais, principalmente os de maiores repercussão como o MAB (Movimento de Atingidos por Barragens) e o MST (Movimento Sem Terra). Os alunos do referido colégio não são levados a debater as questões relevantes aos movimentos sociais e por outro lado, os professores apresentam uma enorme dificuldade em lidar com o tema. Nesse artigo, nos propusemos a pesquisar esse tema no Centro de Ensino Médio Cem Félix Camôa, a fim de identificar o problema da ausência dos conteúdos sobre movimentos sociais na sala de aula, propondo apresentar os resultados da pesquisa junto aos professores de geografia, da rede de ensino público, do município de Porto Nacional.
Palavras-chave: Ensino de Geografia, Movimentos sociais, Cidadania, Sócioterritorialização, Sócioespacialização.
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A frente pastoril e a (des)organização dos territórios indígenas no sul do Maranhão e no antigo Norte de Goiás
Por: Elizeu Ribeiro Lira
Este artigo é resultado dos trabalhos de campo, iniciados durante nosso doutorado na Unesp/FCT e continuados no Nurba (Núcleo de Estudos, Regionais e Agrários) num projeto de pesquisa intitulado Aldeamentos e Cidades no Tocantins. Trata-se dos estudos territoriais da tribo Krahô, grupo pertencente a grande Nação dos Timbira, que inicialmente habitavam as terras do sul do Maranhão e hoje tem seu território localizado no município de Itacajá no Nordeste do Estado do Tocantins. Essa tribo foi deslocada do sul do Maranhão (Carolina), para o nordeste do Tocantins (Pedro Afonso), pela ação invasora dos criadores baianos e piauienses que ocuparam suas terras com fazendas de bovinos, exterminando-os, expulsando-os dos seus campos de caça e coleta, onde exerciam suas principais atividades de sobrevivência. Esses campos compostos de mata galerias, cerrados e várzeas eram territórios sagrados, isso devido sua fundamental importância no processo de ralações intra e extra-tribais, porém “coincidentemente” esses espaços eram também importantes para a expansão dos rebanhos bovinos. A frente de expansão pastoril a partir do século XIX orientou e organizou, financiados pelo Estado Imperial e com apoio das Missões religiosas, o processo de invasão e ocupação do sul do Maranhão, exterminando vários grupos Timbira e expulsando a maioria dos remanescentes, dentre eles os Khraô.
Palavras chave: Geografia, Território indígena, frente de expansão, Povo Krahô.
Clique aqui e confira o artigo na íntegra.
Este artigo é resultado dos trabalhos de campo, iniciados durante nosso doutorado na Unesp/FCT e continuados no Nurba (Núcleo de Estudos, Regionais e Agrários) num projeto de pesquisa intitulado Aldeamentos e Cidades no Tocantins. Trata-se dos estudos territoriais da tribo Krahô, grupo pertencente a grande Nação dos Timbira, que inicialmente habitavam as terras do sul do Maranhão e hoje tem seu território localizado no município de Itacajá no Nordeste do Estado do Tocantins. Essa tribo foi deslocada do sul do Maranhão (Carolina), para o nordeste do Tocantins (Pedro Afonso), pela ação invasora dos criadores baianos e piauienses que ocuparam suas terras com fazendas de bovinos, exterminando-os, expulsando-os dos seus campos de caça e coleta, onde exerciam suas principais atividades de sobrevivência. Esses campos compostos de mata galerias, cerrados e várzeas eram territórios sagrados, isso devido sua fundamental importância no processo de ralações intra e extra-tribais, porém “coincidentemente” esses espaços eram também importantes para a expansão dos rebanhos bovinos. A frente de expansão pastoril a partir do século XIX orientou e organizou, financiados pelo Estado Imperial e com apoio das Missões religiosas, o processo de invasão e ocupação do sul do Maranhão, exterminando vários grupos Timbira e expulsando a maioria dos remanescentes, dentre eles os Khraô.
Palavras chave: Geografia, Território indígena, frente de expansão, Povo Krahô.
Clique aqui e confira o artigo na íntegra.
23 setembro, 2008
Simpósio do Nurba terá a presença de Ariovaldo Umbelino; palestra dia 25
O Núcleo de Estudos Urbanos, Regionais e Agrários (Nurba) realizará seu primeiro simpósio nos dias 25 a 27, no auditório do campus da Universidade Federal do Tocantins (UFT), parte central de Porto Nacional. A abertura do evento terá a presença do doutor em Geografia pela Universidade de São Paulo (USP) Ariovaldo Umbelino. O tema do evento é “As transformações espaço/territoriais no Tocantins”.
O coordenador da organização do simpósio, Roberto Souza Santos, explicou que o objetivo do evento é levar as discussões urbanas e agrárias às várias instâncias dos segmentos sociais, uma discussão que extrapole os muros da universidade. “A ciência em si não pode ficar nos corredores da academia, é necessário socializar o conhecimento”, argumentou.
Roberto ressaltou que os participantes do simpósio terão a oportunidade de apresentar trabalhos e assistir a palestras. A discussão girará em torno dos conflitos sócio-territoriais, urbanos e agrários. Segundo o professor, dentro da discussão proposta para o simpósio, Ariovaldo tem um grande potencial para contribuir no debate, principalmente, sobre as questões agrárias.
Foram convidados para o simpósio estudantes do ensino médio, comunidade universitária e movimentos sociais. (Aline Sêne)
Programação:
25 de setembro
Manhã: Inscrição e credenciamento
Tarde: Inscrição e credenciamento
19 horas - Apresentação do núcleo e palestra de abertura com o doutor Ariovaldo Umbelino (USP)
26 de setembro
8 horas – Mesa redonda I: Transformações no campo – coordenada por Elizeu Lira
10 horas – Mesa redonda II: Transformações na Cidade – coordenada por Eliseu Brito
14 horas - Apresentação de trabalhos
19 horas – Mesa redonda III: Transformações Regionais – coordenada por Roberto Santos
Lançamentos de livros/ revistas
27 de setembro
8 horas - Mesa redonda IV: Transformações Territoriais – Marciléia Bispo
14 horas – Palestra sobre Meio Ambiente e Turismo
Noite: Confraternização
O coordenador da organização do simpósio, Roberto Souza Santos, explicou que o objetivo do evento é levar as discussões urbanas e agrárias às várias instâncias dos segmentos sociais, uma discussão que extrapole os muros da universidade. “A ciência em si não pode ficar nos corredores da academia, é necessário socializar o conhecimento”, argumentou.
Roberto ressaltou que os participantes do simpósio terão a oportunidade de apresentar trabalhos e assistir a palestras. A discussão girará em torno dos conflitos sócio-territoriais, urbanos e agrários. Segundo o professor, dentro da discussão proposta para o simpósio, Ariovaldo tem um grande potencial para contribuir no debate, principalmente, sobre as questões agrárias.
Foram convidados para o simpósio estudantes do ensino médio, comunidade universitária e movimentos sociais. (Aline Sêne)
Programação:
25 de setembro
Manhã: Inscrição e credenciamento
Tarde: Inscrição e credenciamento
19 horas - Apresentação do núcleo e palestra de abertura com o doutor Ariovaldo Umbelino (USP)
26 de setembro
8 horas – Mesa redonda I: Transformações no campo – coordenada por Elizeu Lira
10 horas – Mesa redonda II: Transformações na Cidade – coordenada por Eliseu Brito
14 horas - Apresentação de trabalhos
19 horas – Mesa redonda III: Transformações Regionais – coordenada por Roberto Santos
Lançamentos de livros/ revistas
27 de setembro
8 horas - Mesa redonda IV: Transformações Territoriais – Marciléia Bispo
14 horas – Palestra sobre Meio Ambiente e Turismo
Noite: Confraternização
12 setembro, 2008
Linha de pesquisa do Nurba: área regional
Temas regionais:
- Geografia e região
- Divisão regional do IBGE no Tocantins
- Regionalização administrativa do Tocantins
- Grandes empreendimentos e regionalização no Tocantins
- A região mineradora e os primeiros processos de regionalização no antigo norte goiano
- Desenvolvimento regional e turismo- A metropolização de Palmas e o problema da região
- Geografia e região
- Divisão regional do IBGE no Tocantins
- Regionalização administrativa do Tocantins
- Grandes empreendimentos e regionalização no Tocantins
- A região mineradora e os primeiros processos de regionalização no antigo norte goiano
- Desenvolvimento regional e turismo- A metropolização de Palmas e o problema da região
Linha de pesquisa do Nurba: área agrária
Temas da área agrária:
- Produção do espaço agrário
- Comunidades tradicionais e a propriedade da terra
- Teorias sobre o campesinato no Brasil
- Campesinato e marxismo
- Movimentos sociais e reforma agrária no Brasil
- Relação capital/trabalho no campo
- Agricultura moderna: território e desterritorialização
- Novas tendências da agricultura camponesa no Brasil
- Educação camponesa
- Espacialização dos movimentos camponeses no Tocantins
- Regionalização e agricultura no Tocantins
- Ordenamento territorial no campo
- Agricultura camponesa e políticas públicas
- Produção do espaço agrário
- Comunidades tradicionais e a propriedade da terra
- Teorias sobre o campesinato no Brasil
- Campesinato e marxismo
- Movimentos sociais e reforma agrária no Brasil
- Relação capital/trabalho no campo
- Agricultura moderna: território e desterritorialização
- Novas tendências da agricultura camponesa no Brasil
- Educação camponesa
- Espacialização dos movimentos camponeses no Tocantins
- Regionalização e agricultura no Tocantins
- Ordenamento territorial no campo
- Agricultura camponesa e políticas públicas
Linha de pesquisa do Nurba: área urbana
Temas de área urbana:
- Imanginário da cidade
- Cidade e Cultura
- Urbanização Regional
- Temporalidade Urbana
- Representação da cidade
- Cidade, memória e patrimônio
- Produção e reprodução do espaço urbano
- Dinâmcia populacional das cidades
- Movimentos sociais urbanos
- Meio ambiente urbano
- Aldeamentos e cidades no Tocantins
- Planejamento e gestão urbanos
- Políticas públicas e espacialidades urbanas
- Imanginário da cidade
- Cidade e Cultura
- Urbanização Regional
- Temporalidade Urbana
- Representação da cidade
- Cidade, memória e patrimônio
- Produção e reprodução do espaço urbano
- Dinâmcia populacional das cidades
- Movimentos sociais urbanos
- Meio ambiente urbano
- Aldeamentos e cidades no Tocantins
- Planejamento e gestão urbanos
- Políticas públicas e espacialidades urbanas
10 setembro, 2008
Políticas no Estado ainda estão por ser construída, mas não é por falta de cobrança ou de promessas, avalia Plassat
O coordenador da Campanha Nacional contra o Trabalho Escravo da Comissão Pastoral da Terra (CPT), frei Xavier Plassat, avaliou o desenvolvimento do Tocantins nos 19 anos e considerou que existe muita “balela” no uso do termo ‘Estado novo’. “À diferença de uma criança, um ente político não nasce coberto pela inocência que cerca o surgimento de uma nova pessoa”, disse. Para o religioso no caso do Tocantins, os interesses dos pais da criança naquela concepção não são muito difíceis de identificar.
“Para as oligarquias que pelo norte de Goiás haviam extendido seu domínio, em parte por meio da grilagem de terras, havia necessidade de se livrar das limitações impostas à sua consolidação por aquele Estado”, informou Plassat. Ele explica que essas oligarquias desejavam implantar seu próprio projeto de Estado, contando ainda com a benesse de mamar por algum tempo no seio Federal. “Este novo já nasceu com traços de velho: um enorme latifúndio onde os principais instrumentos do Estado e da Justiça já tinham se posto a serviço dos donos do pedaço”, falou Xavier.
Para Plassat um lema para resumir a criação do Estado da forma mais “cínica” é ‘o Estado da livre iniciativa’. Corrigido após alguns anos pelo acréscimo, como que por “antinomia”, do também “cínico” ‘e da justiça social’. “Tanto o sujeito social e político que se apoderou do Estado novo, com suas características de autoritarismo e apadrinhamento, quanto o conteúdo das políticas implementadas, com a decretação unilateral da ‘vocação’ agropecuária desta imensa fazenda, desenharam a matriz do desenvolvimento do ‘novo’ Tocantins”, argumentou.
Desenvolvimento do Estado
O frei explica que o desenvolvimento do Tocantins foi baseado no estilo clássico da tradicional colônia voltada para o mercado externo e fornecendo-lhe carne, grão, energia e mão-de-obra barata. Um Estado dominantemente empenhado em prover as infra-estruturas destinadas a baratear o custo deste ‘desenvolvimento’ para seus destinatários, lá fora. “O asfaltamento das primeiras estradas seguiu fielmente os corredores do negócio e os rios foram anexados para prover frete e energia”, disse Plassat.
Essa lógica de desenvolvimento, segundo Plassat, tornou as terras dos posseiros reserva de “terra pilhavel” a contento, de acordo com as novas necessidades empresariais. “Veja a eloqüente história de Campos-Lindos: Campos de Siqueira, e Lindos do sonho que não se realizou. Centenas de famílias expulsas de suas terras para dar vazão aos apadrinhados da soja, ‘vocacionados da agricultura’ e outros crónicos caloteiros”, sentenciou. Para Xavier coube às lutas populares e às contradições surgidas nas novas camadas dirigentes, que foram se consolidando à sombra das antigas e às vezes contra elas, alterar essa ‘agenda’, provocando umas poucas rupturas e conseguindo uns tantos resultados, porém mitigados.
“Não foi exatamente por planejamento estratégico, mas sim por ampla luta social, que foram se criando mais de 300 assentamentos da reforma agrária com mais de 20 mil famílias”, avaliou Xavier Plassat. Ele analisou que muitas vezes essas famílias são abandonadas à sorte por um Estado que nunca considerou a agricultura familiar e camponesa como uma possível vocação tocantinense. “Por que será?”, questionou. Segundo Plassat neste contexto não é nenhuma estranheza reencontrar o Tocantins no ranking das piores mazelas do País, anos depois do seu nascimento.
O agente da CPT explicou que nunca foi objeto de política afirmativa a promoção da inclusão social com dignidade do povo que aqui está ou por aqui foi atraído. O povo ficou à deriva dos interesses maiores da política que por aí imperou a promoção do grão e do gado, do kilowatt e, em breve, do etanol. Segundo Plassat o resultado: alertado desde 1997 com a realização do 1° Seminário Estadual da Campanha contra o Trabalho Escravo, promovida pela CPT, o Estado do Tocantins esperou até 2006, com o 2° Seminário Estadual da mesma Campanha, quando já havia alcançado o pelotão de cima no ranking nacional da escravidão moderna, para começar a manifestar alguma preocupação com o problema.
Porém, Plassat alertou que a manifestação ainda é bem limitada, o plano de Erradicação anunciado há um ano ainda não saiu das gavetas do governo. O frei informou que em tempos de globalização, o estigma do trabalho escravo poderia se tornar, fora do Brasil, tão prejudicial quanto a “pecha” da febre aftosa para os interesses do agronegócio. “Imaginem! Quase 2 mil escravos libertos no Tocantins nos últimos 5 anos e milhares de tocantinenses aliciados a cada ano para o vizinho Pará, por falta de opção aqui na ‘sua’ terra”, disse. Plassat considera que o governo fica muito mal na fotografia, com este e outros indícios da persistente exclusão social no acesso às várias formas da cidadania: emprego, terra, educação, moradia, segurança alimentar, saúde, higiene, sexo responsável.
Políticas Públicas
Na avaliação de Xavier Plassat as políticas públicas do Estado ainda estão por ser construídas, e não é por falta de cobrança ou de promessas. Segundo ele são vários canteiros de obra deixados ainda sem rumo definido: moradia, educação do campo, segurança na terra, inclusão da juventude, enfrentamento à violência, combate ao trabalho escravo. “A tendência é mais de pegar carona em programas federais do que construir projetos de política do Estado”, opinou.
Plassat exemplifica que no caso do enfrentamento ao trabalho escravo, o governador Marcelo Miranda (PMDB) assumiu em 11 de setembro de 2006, perante o governo Federal a responsabilidade de lançar um Plano Estadual de Erradicação do Trabalho Escravo. “O Plano é virtualmente pronto há 3 meses”. Segundo o agente da CPT, foi aprovado por unanimidade, em 19 de junho de 2007, pela Comissão Estadual de Erradicação do Trabalho Escravo (Coetrae-TO), oficialmente constituída no final de 2006. “Nossos vizinhos do Piauí, Maranhão e, em breve, Pará não demoraram tanto para acordar à dura realidade: já estão com política estadual definida”, afirmou.
Resistência
O frei Xavier considera que a sociedade civil tocantinense tem história curta ainda neste chão. “No início quando o ‘Estado novo’ foi oficializado, as lutas sociais do norte de Goiás resumiam-se à ferrenha resistência dos posseiros à expulsão de suas terras pelos grileiros, à resistência dos povos indígenas, e às tentativas de algumas categorias com organização ainda incipiente para conter os abusos diariamente impostos pelo autoritarismo do poder do Estado”, detalhou.
No movimento sindical, segundo Plassat, predominava a figura do movimento Sindical dos trabalhadores rurais, responsável desde o princípio dos anos 90 pela realização da periódica Marcha do Campo em defesa da vida. Assim como a articulação dos demais movimentos em torno do Fórum Estadual de Reforma Agrária e Combate à Violência. “Deste período inicial cultivamos até hoje a destemida semente lançada no chão tocantinense pelo Padre Josimo, nosso santo ‘arauto’ do Evangelho”, disse.
Plassat explicou que na sequência, o movimento social foi se diversificando, incorporando desde os sem-terra até os sem-teto, os setores associativos do campo e da cidade, as várias categorias do funcionalismo público bem como os grupos de identidade cultural, etnica, sexual e outros. “Dentre eles, vários têm sido alvo de cooptação pelo poder público: falsas ONGs ambientalistas, as chamadas OMGs: Organizações Muito Governamentais, associações de fachada de moradores ou de agricultores somente constituídas em torno do acesso às mamatas governamentais”, informou.
“Ano sim ano não, têm acontecido mobilizações e ações de envergadura, obrigando o poder público a contemplar as demandas sociais”, disse Plassat. De acordo com ele ainda estão presentes na memória coletiva as edições da Marcha do Campo; as mobilizações contra as barragens, especialmente a última realizada em Estreito neste ano; as diversas ações dos povos indígenas, especialmente na Ilha do Bananal; as greves de professores e universitários que resultou na criação da UFT. Xavier também acrescentou as ocupações e acampamentos de sem-terra visíveis em todos os eixos rodoviários do Estado, as Romarias da Terra ‘Padre Josimo’ promovida pelas comunidades do Bico do Papagaio e a CPT, e até a dramática greve dos policiais militares entrincheirados por semanas a fio no seu quartel de Palmas.
“Carecemos profundamente de capacidade e atenção para melhor articulação na condução de nossas lutas, no respeito às legítimas diversidades que as mesmas expressam”, considerou. Plassat como membro de uma Pastoral Social, ligada à Igreja Católica e com uma proposta ecumênica, falou que deve lamentar, nesses anos todos, a sensível retração das igrejas. Ele criticou que as igrejas voltaram-se para o campo da pura espiritualidade, do rito ou da vida institucional, em prejuizo do compromisso vivido com as causas fundantes da justiça e da dignidade da pessoa. “Aquelas nas quais o Evangelho – a boa notícia! – certo dia se encarnou e se fez rosto humano de Deus. Este é por sinal um dos fortes recados formulados em sua Carta Final, pelos bispos latino-americanos reunidos para a Conferência de Aparecida: Esta é a tarefa essencial da evangelização, que inclui a opção preferencial pelos pobres, a promoção humana integral e a autêntica libertação cristã”, disse.
Alternativas
“O Tocantins vive ao diapasão do Brasil. Suas mazelas e suas esperanças são também as do Brasil como todo”, avaliou o agente da CPT. Segundo Plassat precisa-se de um país que procura inventar um projeto de nação que fuja da dependência servil a modelos desenhados para servir outros interesses que não os do seu povo. “Um projeto nacional de Brasil. Um projeto popular de Tocantins.” Ele explicou que deve ser feito um desenho do desenvolvimento possível que não se restrinja ao crescimento das toneladas de grão ou das arrobas de gado que essa terra e seus trabalhadores têm potencial de gerar.
Plassat exemplifica que o desenvolvimento, como lembrou o papa Paulo VI na sua famosa carta encíclica que hoje já completa 40 anos, o desenvolvimento dos povos não se reduz ao crescimento quantitativo, não se esgota no economicismo e nos valores agregados nos PIBs da vida. O desenvolvimento, de acordo com Xavier, só pode resultar de um esforço consciente, participado e solidário em busca de valores que congregam a sociedade na justiça, na paz, na dignidade. “Isso não tem preço que se compare com o litro de etanol ou a tonelada de soja”, sentenciou.
“Um movimento social forte e diversificado, mas decididamente articulado, é indispensável para avançar, e na sua falta, políticos sem legitimidade continuarão apresentando seus mesquinhos interesses como sendo os de toda a sociedade”, analisou. E neste sentido, Plassat vê como tarefa fundamental desta geração de ‘novos tocantinenses’ organizar-se melhor para articular e conduzir um processo realmente democrático, respeituoso das identidades e das diferenças, centrado nos verdadeiros fundamentos de uma vida social feliz: todos os direitos para todos, justiça, respeito às pessoas e à natureza, às de hoje como às de amanhã.
Xavier Plassat
Membro da Coordenação da Campanha Nacional contra o Trabalho Escravo da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Frei Jean Marie Xavier Plassat é um dos maiores especialistas no assunto do Brasil. Já viajou por diversas partes do país e do mundo acompanhando ações contra o trabalho escravo. Francês, 56 anos, graduado em economia e administração pela Universidade de Paris e com formação também em teologia e filosofia, Frei Xavier, deixou Paris há 19 anos e veio para uma das regiões mais pobres do mundo, a Amazônia Oriental. Onde trabalha em conjunto com os movimentos populares. (Por Aline Sêne)
“Para as oligarquias que pelo norte de Goiás haviam extendido seu domínio, em parte por meio da grilagem de terras, havia necessidade de se livrar das limitações impostas à sua consolidação por aquele Estado”, informou Plassat. Ele explica que essas oligarquias desejavam implantar seu próprio projeto de Estado, contando ainda com a benesse de mamar por algum tempo no seio Federal. “Este novo já nasceu com traços de velho: um enorme latifúndio onde os principais instrumentos do Estado e da Justiça já tinham se posto a serviço dos donos do pedaço”, falou Xavier.
Para Plassat um lema para resumir a criação do Estado da forma mais “cínica” é ‘o Estado da livre iniciativa’. Corrigido após alguns anos pelo acréscimo, como que por “antinomia”, do também “cínico” ‘e da justiça social’. “Tanto o sujeito social e político que se apoderou do Estado novo, com suas características de autoritarismo e apadrinhamento, quanto o conteúdo das políticas implementadas, com a decretação unilateral da ‘vocação’ agropecuária desta imensa fazenda, desenharam a matriz do desenvolvimento do ‘novo’ Tocantins”, argumentou.
Desenvolvimento do Estado
O frei explica que o desenvolvimento do Tocantins foi baseado no estilo clássico da tradicional colônia voltada para o mercado externo e fornecendo-lhe carne, grão, energia e mão-de-obra barata. Um Estado dominantemente empenhado em prover as infra-estruturas destinadas a baratear o custo deste ‘desenvolvimento’ para seus destinatários, lá fora. “O asfaltamento das primeiras estradas seguiu fielmente os corredores do negócio e os rios foram anexados para prover frete e energia”, disse Plassat.
Essa lógica de desenvolvimento, segundo Plassat, tornou as terras dos posseiros reserva de “terra pilhavel” a contento, de acordo com as novas necessidades empresariais. “Veja a eloqüente história de Campos-Lindos: Campos de Siqueira, e Lindos do sonho que não se realizou. Centenas de famílias expulsas de suas terras para dar vazão aos apadrinhados da soja, ‘vocacionados da agricultura’ e outros crónicos caloteiros”, sentenciou. Para Xavier coube às lutas populares e às contradições surgidas nas novas camadas dirigentes, que foram se consolidando à sombra das antigas e às vezes contra elas, alterar essa ‘agenda’, provocando umas poucas rupturas e conseguindo uns tantos resultados, porém mitigados.
“Não foi exatamente por planejamento estratégico, mas sim por ampla luta social, que foram se criando mais de 300 assentamentos da reforma agrária com mais de 20 mil famílias”, avaliou Xavier Plassat. Ele analisou que muitas vezes essas famílias são abandonadas à sorte por um Estado que nunca considerou a agricultura familiar e camponesa como uma possível vocação tocantinense. “Por que será?”, questionou. Segundo Plassat neste contexto não é nenhuma estranheza reencontrar o Tocantins no ranking das piores mazelas do País, anos depois do seu nascimento.
O agente da CPT explicou que nunca foi objeto de política afirmativa a promoção da inclusão social com dignidade do povo que aqui está ou por aqui foi atraído. O povo ficou à deriva dos interesses maiores da política que por aí imperou a promoção do grão e do gado, do kilowatt e, em breve, do etanol. Segundo Plassat o resultado: alertado desde 1997 com a realização do 1° Seminário Estadual da Campanha contra o Trabalho Escravo, promovida pela CPT, o Estado do Tocantins esperou até 2006, com o 2° Seminário Estadual da mesma Campanha, quando já havia alcançado o pelotão de cima no ranking nacional da escravidão moderna, para começar a manifestar alguma preocupação com o problema.
Porém, Plassat alertou que a manifestação ainda é bem limitada, o plano de Erradicação anunciado há um ano ainda não saiu das gavetas do governo. O frei informou que em tempos de globalização, o estigma do trabalho escravo poderia se tornar, fora do Brasil, tão prejudicial quanto a “pecha” da febre aftosa para os interesses do agronegócio. “Imaginem! Quase 2 mil escravos libertos no Tocantins nos últimos 5 anos e milhares de tocantinenses aliciados a cada ano para o vizinho Pará, por falta de opção aqui na ‘sua’ terra”, disse. Plassat considera que o governo fica muito mal na fotografia, com este e outros indícios da persistente exclusão social no acesso às várias formas da cidadania: emprego, terra, educação, moradia, segurança alimentar, saúde, higiene, sexo responsável.
Políticas Públicas
Na avaliação de Xavier Plassat as políticas públicas do Estado ainda estão por ser construídas, e não é por falta de cobrança ou de promessas. Segundo ele são vários canteiros de obra deixados ainda sem rumo definido: moradia, educação do campo, segurança na terra, inclusão da juventude, enfrentamento à violência, combate ao trabalho escravo. “A tendência é mais de pegar carona em programas federais do que construir projetos de política do Estado”, opinou.
Plassat exemplifica que no caso do enfrentamento ao trabalho escravo, o governador Marcelo Miranda (PMDB) assumiu em 11 de setembro de 2006, perante o governo Federal a responsabilidade de lançar um Plano Estadual de Erradicação do Trabalho Escravo. “O Plano é virtualmente pronto há 3 meses”. Segundo o agente da CPT, foi aprovado por unanimidade, em 19 de junho de 2007, pela Comissão Estadual de Erradicação do Trabalho Escravo (Coetrae-TO), oficialmente constituída no final de 2006. “Nossos vizinhos do Piauí, Maranhão e, em breve, Pará não demoraram tanto para acordar à dura realidade: já estão com política estadual definida”, afirmou.
Resistência
O frei Xavier considera que a sociedade civil tocantinense tem história curta ainda neste chão. “No início quando o ‘Estado novo’ foi oficializado, as lutas sociais do norte de Goiás resumiam-se à ferrenha resistência dos posseiros à expulsão de suas terras pelos grileiros, à resistência dos povos indígenas, e às tentativas de algumas categorias com organização ainda incipiente para conter os abusos diariamente impostos pelo autoritarismo do poder do Estado”, detalhou.
No movimento sindical, segundo Plassat, predominava a figura do movimento Sindical dos trabalhadores rurais, responsável desde o princípio dos anos 90 pela realização da periódica Marcha do Campo em defesa da vida. Assim como a articulação dos demais movimentos em torno do Fórum Estadual de Reforma Agrária e Combate à Violência. “Deste período inicial cultivamos até hoje a destemida semente lançada no chão tocantinense pelo Padre Josimo, nosso santo ‘arauto’ do Evangelho”, disse.
Plassat explicou que na sequência, o movimento social foi se diversificando, incorporando desde os sem-terra até os sem-teto, os setores associativos do campo e da cidade, as várias categorias do funcionalismo público bem como os grupos de identidade cultural, etnica, sexual e outros. “Dentre eles, vários têm sido alvo de cooptação pelo poder público: falsas ONGs ambientalistas, as chamadas OMGs: Organizações Muito Governamentais, associações de fachada de moradores ou de agricultores somente constituídas em torno do acesso às mamatas governamentais”, informou.
“Ano sim ano não, têm acontecido mobilizações e ações de envergadura, obrigando o poder público a contemplar as demandas sociais”, disse Plassat. De acordo com ele ainda estão presentes na memória coletiva as edições da Marcha do Campo; as mobilizações contra as barragens, especialmente a última realizada em Estreito neste ano; as diversas ações dos povos indígenas, especialmente na Ilha do Bananal; as greves de professores e universitários que resultou na criação da UFT. Xavier também acrescentou as ocupações e acampamentos de sem-terra visíveis em todos os eixos rodoviários do Estado, as Romarias da Terra ‘Padre Josimo’ promovida pelas comunidades do Bico do Papagaio e a CPT, e até a dramática greve dos policiais militares entrincheirados por semanas a fio no seu quartel de Palmas.
“Carecemos profundamente de capacidade e atenção para melhor articulação na condução de nossas lutas, no respeito às legítimas diversidades que as mesmas expressam”, considerou. Plassat como membro de uma Pastoral Social, ligada à Igreja Católica e com uma proposta ecumênica, falou que deve lamentar, nesses anos todos, a sensível retração das igrejas. Ele criticou que as igrejas voltaram-se para o campo da pura espiritualidade, do rito ou da vida institucional, em prejuizo do compromisso vivido com as causas fundantes da justiça e da dignidade da pessoa. “Aquelas nas quais o Evangelho – a boa notícia! – certo dia se encarnou e se fez rosto humano de Deus. Este é por sinal um dos fortes recados formulados em sua Carta Final, pelos bispos latino-americanos reunidos para a Conferência de Aparecida: Esta é a tarefa essencial da evangelização, que inclui a opção preferencial pelos pobres, a promoção humana integral e a autêntica libertação cristã”, disse.
Alternativas
“O Tocantins vive ao diapasão do Brasil. Suas mazelas e suas esperanças são também as do Brasil como todo”, avaliou o agente da CPT. Segundo Plassat precisa-se de um país que procura inventar um projeto de nação que fuja da dependência servil a modelos desenhados para servir outros interesses que não os do seu povo. “Um projeto nacional de Brasil. Um projeto popular de Tocantins.” Ele explicou que deve ser feito um desenho do desenvolvimento possível que não se restrinja ao crescimento das toneladas de grão ou das arrobas de gado que essa terra e seus trabalhadores têm potencial de gerar.
Plassat exemplifica que o desenvolvimento, como lembrou o papa Paulo VI na sua famosa carta encíclica que hoje já completa 40 anos, o desenvolvimento dos povos não se reduz ao crescimento quantitativo, não se esgota no economicismo e nos valores agregados nos PIBs da vida. O desenvolvimento, de acordo com Xavier, só pode resultar de um esforço consciente, participado e solidário em busca de valores que congregam a sociedade na justiça, na paz, na dignidade. “Isso não tem preço que se compare com o litro de etanol ou a tonelada de soja”, sentenciou.
“Um movimento social forte e diversificado, mas decididamente articulado, é indispensável para avançar, e na sua falta, políticos sem legitimidade continuarão apresentando seus mesquinhos interesses como sendo os de toda a sociedade”, analisou. E neste sentido, Plassat vê como tarefa fundamental desta geração de ‘novos tocantinenses’ organizar-se melhor para articular e conduzir um processo realmente democrático, respeituoso das identidades e das diferenças, centrado nos verdadeiros fundamentos de uma vida social feliz: todos os direitos para todos, justiça, respeito às pessoas e à natureza, às de hoje como às de amanhã.
Xavier Plassat
Membro da Coordenação da Campanha Nacional contra o Trabalho Escravo da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Frei Jean Marie Xavier Plassat é um dos maiores especialistas no assunto do Brasil. Já viajou por diversas partes do país e do mundo acompanhando ações contra o trabalho escravo. Francês, 56 anos, graduado em economia e administração pela Universidade de Paris e com formação também em teologia e filosofia, Frei Xavier, deixou Paris há 19 anos e veio para uma das regiões mais pobres do mundo, a Amazônia Oriental. Onde trabalha em conjunto com os movimentos populares. (Por Aline Sêne)
07 setembro, 2008
I Simpósio do Núcleo de Estudos Urbanos, Regionais e Agrários
“As greves no campo e nas cidades mostram que a cidade e o campo não podem ser separados.Estamos diante de greves de trabalhador do campo que são feitas nas cidades. Movimentos de trabalhadores rurais sem-terra caminham pelas estradas, acampam e lutam no campo, e na cidade, marcham pela reforma agrária. A luta pela terra no campo só poderá ser feita na cidade” (Ariovaldo Umbelino de Oliveira, 1990)
Com a presença de Ariovaldo Umbelino, doutor em Geografia pela Universidade de São Paulo, o Núcleo de Estudos Urbanos, Regionais e Agrários (Nurba) realizará nos dias 25, 26 e 27 de setembro o primeiro simpósio com o tema: As transformações espaço/territoriais no Tocantins, no campus da Universidade Federal do Tocantins (UFT), em Porto Nacional.
Inscrições
As inscrições iniciaram dia 1 de setembro e irá até dia 25. Os interessados deverão ir ao campus da UFT centro em Porto Nacional. Os estudantes também poderão inscrever trabalhos no simpósio. Os valores são: ouvintes R$ 10, apresentação de trabalhos R$ 15 e professores R$ 20.
Programação
25 de setembro
Manhã: Inscrição e credenciamento
Tarde: Inscrição e credenciamento
Noite: Apresentação do núcleo e palestra de abertura com o doutor Ariovaldo Umbelino (USP)
26 de setembro
Manhã: Mesa redonda I / Mesa redonda II
Tarde: Apresentação de trabalhos
Noite: Mesa redonda III / Lançamentos de livros/ revistas
27 de setembro
Manhã: Mesa redonda IV
Tarde: Palestra de encerramento
Noite: Confraternização
Justificativa
A importância da realização do simpósio justifica se pela relevância dos temas em debate propiciando o espaço de diálogos dos membros do núcleo com a comunidade geral.
Objetivos
Apresentar um conjunto de discussões teóricas-metodológicas sobre as transformações recentes no Estado do Tocantins, a partir das relações urbanas, regionais e agrárias, engendradas no espaço/ território.
Eixos Temáticos
Transformações no Campo - Elizeu Lira
Transformações na Cidade - Eliseu Brito
Transformações Regionais – Roberto Santos
Transformações Territoriais – Marciléia Bispo
Procedimento metodológico
O simpósio terá uma estrutura organizada a partir de uma mesa central, quatro comunicações coordenadas nos eixos de agrária, urbana, regional, território e espaços de diálogos.
Público-alvo
Professores da rede estadual e municipal;
Acadêmicos de Geografia, História e afins;
Movimentos Sociais: MST, MAB, SINDRURAL, Cimi, CPT, Ass. de moradores e ONGs;
Comunidade em Geral.
Comissão organizadora:
Prof.Dr. Elizeu Ribeiro Lira
Prof.Dr. Roberto Souza Santos
Prof.Msc.Marcileia Oliveira Bispo
Prof. Esp. Sebastião de Oliveira
Prof. Esp. Patricia Rocha Chaves
Prof. Esp. Eliseu Pereira de Brito
Aline Tavares de Sousa
Luciano Justiniano da Luz
Iranaí Tavares Santana
Aniel Rodrigues Valadares
Valdemir Carvalho Dias
Vanuza Novaes Sertão
Sintia de Carvalho Dias
Lázaro Wandson Nazaré Teles
Edmarcia Lira
Túlio Cerqueira Sousa
Rogério Castro Ferreira
Franderta Corado Lopes
Iracy Piris Porto dos Santos
Tatiaria Paz da Silva
Com a presença de Ariovaldo Umbelino, doutor em Geografia pela Universidade de São Paulo, o Núcleo de Estudos Urbanos, Regionais e Agrários (Nurba) realizará nos dias 25, 26 e 27 de setembro o primeiro simpósio com o tema: As transformações espaço/territoriais no Tocantins, no campus da Universidade Federal do Tocantins (UFT), em Porto Nacional.
Inscrições
As inscrições iniciaram dia 1 de setembro e irá até dia 25. Os interessados deverão ir ao campus da UFT centro em Porto Nacional. Os estudantes também poderão inscrever trabalhos no simpósio. Os valores são: ouvintes R$ 10, apresentação de trabalhos R$ 15 e professores R$ 20.
Programação
25 de setembro
Manhã: Inscrição e credenciamento
Tarde: Inscrição e credenciamento
Noite: Apresentação do núcleo e palestra de abertura com o doutor Ariovaldo Umbelino (USP)
26 de setembro
Manhã: Mesa redonda I / Mesa redonda II
Tarde: Apresentação de trabalhos
Noite: Mesa redonda III / Lançamentos de livros/ revistas
27 de setembro
Manhã: Mesa redonda IV
Tarde: Palestra de encerramento
Noite: Confraternização
Justificativa
A importância da realização do simpósio justifica se pela relevância dos temas em debate propiciando o espaço de diálogos dos membros do núcleo com a comunidade geral.
Objetivos
Apresentar um conjunto de discussões teóricas-metodológicas sobre as transformações recentes no Estado do Tocantins, a partir das relações urbanas, regionais e agrárias, engendradas no espaço/ território.
Eixos Temáticos
Transformações no Campo - Elizeu Lira
Transformações na Cidade - Eliseu Brito
Transformações Regionais – Roberto Santos
Transformações Territoriais – Marciléia Bispo
Procedimento metodológico
O simpósio terá uma estrutura organizada a partir de uma mesa central, quatro comunicações coordenadas nos eixos de agrária, urbana, regional, território e espaços de diálogos.
Público-alvo
Professores da rede estadual e municipal;
Acadêmicos de Geografia, História e afins;
Movimentos Sociais: MST, MAB, SINDRURAL, Cimi, CPT, Ass. de moradores e ONGs;
Comunidade em Geral.
Comissão organizadora:
Prof.Dr. Elizeu Ribeiro Lira
Prof.Dr. Roberto Souza Santos
Prof.Msc.Marcileia Oliveira Bispo
Prof. Esp. Sebastião de Oliveira
Prof. Esp. Patricia Rocha Chaves
Prof. Esp. Eliseu Pereira de Brito
Aline Tavares de Sousa
Luciano Justiniano da Luz
Iranaí Tavares Santana
Aniel Rodrigues Valadares
Valdemir Carvalho Dias
Vanuza Novaes Sertão
Sintia de Carvalho Dias
Lázaro Wandson Nazaré Teles
Edmarcia Lira
Túlio Cerqueira Sousa
Rogério Castro Ferreira
Franderta Corado Lopes
Iracy Piris Porto dos Santos
Tatiaria Paz da Silva
Processo de surgimento do Nurba
A história da humanidade vem sendo marcada por processos políticos que sempre garantem a produção e reprodução dos sistemas econômicos, sejam eles considerados modernos e/ou arcaicos. Dentre esses sistemas, o capitalismo tem se apresentado como o mais perverso, o mais degradante, possuidor de um dinamismo “exagerado”. O capitalismo carrega consigo uma esteira de contradições e conflitos sociais que temporariamente se explodem concomitantemente no campo e nas cidades do mundo, especificamente nos países em desenvolvimento.
Diante destes fenômenos, faz-se necessário uma análise teórica e metodológica das questões urbanas, agrárias e regionais no Brasil. Um país que viu seu espaço territorial sendo construído baseado em parâmetros externos, advindos da expansão do mercado mundializante, mais tarde reorganizado pela revolução tecnológica, e sem a preocupação histórica com as realidades regionais ou nacionais.
A criação do Tocantins, pela Constituição de 1988, interferiu substancialmente para que houvesse um grande desarranjo espacial; tanto do ponto de vista cultural como do sócio/econômico estrutural, no antigo Norte Goiano. Esse desarranjo regional desencadeou uma aceleração no processo de produção e reprodução dos espaços urbanos (a construção de Palmas) e um processo de agravamento dos conflitos no campo, oriundo das reivindicações dos movimentos sociais, a partir de então, mais organizados e mais próximos dos órgãos federais (INCRA) e estaduais (RURALTINS e INTERTINS), antes estabelecidos em Goiânia.
Partindo desses princípios, um grupo de alunos e professores deram início, no ano de 2003, a uma série de discussões sobre esses temas pontuais da Geografia e ciências afins, de modo que resultaram na idéia de se criar um grupo de pesquisa que tivesse como objetivo as seguintes propostas: aprofundar nas questões teóricas sobre o urbano, o agrário e o regional; organizar linhas de pesquisas sobres esses três temas; orientar e executar trabalhos de pesquisa nessas áreas, em nível de graduação e pós-graduação.
Assim, a consolidação do grupo de estudos e pesquisas foi institucionalizada no dia 03 de julho de 2004, junto ao Colegiado do Curso de Geografia com o título de Núcleo de Estudos Urbanos, Regionais e Agrários – NURBA. Consciente que para realizar as atividades propostas, o NURBA necessita de uma estrutura básica, tais como: sala, computadores, mesa para reuniões, armários, cota de papel, etc.
Conseguimos, com muita luta dos alunos e esforços pessoais de alguns professores, estabelecermos na sala n. 3 do bloco I, onde trabalhamos com essa mínima estrutura básica. É interessante ressaltar que o NURBA já está registrado como grupo de pesquisa no CNPq - Conselho Nacional de Pesquisa e na PROPESQ - Pró-Reitoria de Pesquisa da UFT-Universidade Federal do Tocantins
Diante destes fenômenos, faz-se necessário uma análise teórica e metodológica das questões urbanas, agrárias e regionais no Brasil. Um país que viu seu espaço territorial sendo construído baseado em parâmetros externos, advindos da expansão do mercado mundializante, mais tarde reorganizado pela revolução tecnológica, e sem a preocupação histórica com as realidades regionais ou nacionais.
A criação do Tocantins, pela Constituição de 1988, interferiu substancialmente para que houvesse um grande desarranjo espacial; tanto do ponto de vista cultural como do sócio/econômico estrutural, no antigo Norte Goiano. Esse desarranjo regional desencadeou uma aceleração no processo de produção e reprodução dos espaços urbanos (a construção de Palmas) e um processo de agravamento dos conflitos no campo, oriundo das reivindicações dos movimentos sociais, a partir de então, mais organizados e mais próximos dos órgãos federais (INCRA) e estaduais (RURALTINS e INTERTINS), antes estabelecidos em Goiânia.
Partindo desses princípios, um grupo de alunos e professores deram início, no ano de 2003, a uma série de discussões sobre esses temas pontuais da Geografia e ciências afins, de modo que resultaram na idéia de se criar um grupo de pesquisa que tivesse como objetivo as seguintes propostas: aprofundar nas questões teóricas sobre o urbano, o agrário e o regional; organizar linhas de pesquisas sobres esses três temas; orientar e executar trabalhos de pesquisa nessas áreas, em nível de graduação e pós-graduação.
Assim, a consolidação do grupo de estudos e pesquisas foi institucionalizada no dia 03 de julho de 2004, junto ao Colegiado do Curso de Geografia com o título de Núcleo de Estudos Urbanos, Regionais e Agrários – NURBA. Consciente que para realizar as atividades propostas, o NURBA necessita de uma estrutura básica, tais como: sala, computadores, mesa para reuniões, armários, cota de papel, etc.
Conseguimos, com muita luta dos alunos e esforços pessoais de alguns professores, estabelecermos na sala n. 3 do bloco I, onde trabalhamos com essa mínima estrutura básica. É interessante ressaltar que o NURBA já está registrado como grupo de pesquisa no CNPq - Conselho Nacional de Pesquisa e na PROPESQ - Pró-Reitoria de Pesquisa da UFT-Universidade Federal do Tocantins
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