Da Agência Informação Social
Acampados do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) vivem situação de insegurança em Araguatins (TO). Na quinta-feira, 2, o Acampamento Alto da Paz, localizado à margem da Fazenda Santo Hilário, sofreu um atentado de violência. Os acampados relataram que por volta das 12 horas três pessoas em um veículo Gol realizaram disparos com arma de fogo em direção a um grupo de crianças, mulheres, um portador de deficiência física e dirigentes. Foram feitos, conforme os relatos, cerca de cinco disparos atingindo uma das lideranças do acampamento no braço.
Na sexta-feira, 3, teve a execução de uma ação de reintegração de posse no acampamento, onde 100 famílias foram despejadas. Os acampados resistem á margem da Fazenda Santo Hilário à seis anos e possuem projetos de sustentabilidades como roças e casa de farinha. O Incra disputa a titularidade da fazenda na justiça com o Instituto de Terras do Estado do Tocantins (Itertins), o processo está no Supremo Tribunal Federal (STF), pois a terra foi repassada ao um proprietário apesar de ser da União.
Despejo
Segundo uma moção feita pelas organizações sociais do Tocantins, a ação de reintegração de posse não respeitou a Diretriz 2/2008 da Polícia Militar, que determina que na execução desses mandados judiciais o comandante da polícia deverá comunicar diversas organizações públicas e entidades de direitos humanos ligados à defesa da terra sobre essas operações. Os acampados também disseram que pessoas foram presas e uma outra sofreu agressão física, além dos policias terem realizados disparos e casas foram danificadas. Essa é a terceira ação de despejo sofrida pelos acampados nos seis anos e as famílias estão no pátio do Incra, em Araguatins.
Outros conflitos
No dia 8 de agosto de 2007 a fazenda Santo Hilário foi cenário de um conflito entre sem-terras, pistoleiros e policiais militares, o que acabou ocasionando a morte do lavrador José Reis, de 25 anos. Sendo que até o momento as circunstâncias e autoria do crime não foram esclarecidas. Já em agosto de 2004, o Grupo Móvel de Fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego foi até a fazenda e encontrou 13 pessoas de uma mesma família vivendo em condições degradantes, entre elas havia três menores. Foram libertados também seis trabalhadores em condições de escravidão.
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