Aline Sêne
Estudantes de Direito da Universidade Federal do Tocantins (UFT) visitaram o assentamento Pe. Josimo, localizado próximo ao município de Nova Rosalândia, Estado do Tocantins, e conhecerem a história da conquista da terra, a organização das famílias e a luta do MST. Entre as muitas perguntas feitas pelos estudantes aos assentados, existia uma grande preocupação: mesmo com tantas dificuldades, os assentados eram felizes onde estavam? Nicolina, morada do assentamento, logo tirou essa dúvida, “eu amo meu lugar”.
Após algumas horas de debates e troca de experiências, um dos temas ressaltados foi o tratamento que os grandes veículos dão as notícias relacionadas ao MST. Alguns acadêmicos ressaltaram a forma injusta que a história de famílias e a luta pela terra são noticiadas para a sociedade. Uma das assentadas explicou que falta consciência por parte da sociedade sobre o conceito da propriedade privada, e que o MST busca discutir este tema, mas a mídia impede o diálogo.
Os estudantes ficaram impressionados com a clareza política dos assentados e como resistiram dois anos na beira da BR-153 para conquistar um pedaço de chão. Mas também, aprenderam que para essas famílias a luta não terminou e que continuam a debater o modelo agrícola do Brasil e defendem que outras pessoas devem ter acesso a terra. Estes acadêmicos tiveram a oportunidade de entender que a Reforma Agrária vai além da distribuição de terra, é uma mudança da estrutura social.
Os futuros bacharéis deixaram o assentamento com outra visão do MST. Conheceram suas ações, a forma de se organizarem e, principalmente, a legitimidade da luta deste movimento. Porém, o fundamental foi os estudantes deixarem o assentamento com a convicção de que a luta pela terra é justa. Uma minoria dos visitantes passará a militar no MST, talvez nenhum faça isso, mas a maioria terá mais sensibilidade em lidar com os assentados, posseiros, acampados, os camponeses, como também, terão outra visão dos movimentos sociais.
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