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14 junho, 2010

Trabalho Morto

Cérebros, nervos, musculos...
meu corpo explode em coisas que não sou eu

Os seres humanos fazem coisas maravilhosas
que o trasformaram em coisas terríveis.

M-D-M
Disse-Me-Deus
D-M-D
E Deus não mais existe
O Diabo expulso do céu...resiste.
D-M-D'
E as coisas caminham com seus pés
suas almas cheiram sangue
Quando se vendem em cada esquina.

Saíram de mim por cada poro
fugiram de mim pelo cansaço
romperam meu corpo de carne
fluido de óleo...pele de aço.

Ganham vida roubando a minha.
assumem porque abdico
falam porque calo
fetichizam porque reifico.

Sou eu que me olho coisa
já fui ela, mas me esqueço
É a vida que olho no corpo da coisa,
mas, morto...não me reconheço.


Poesia de Mauro Iasi, doutor em Sociologia, educador popular do Núcleo 13 de maio de educação popular e militante do PCB e autor de vários livros. Extraido do livro Meta Amor Fases , ed. Expressão Popular, 2008.

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