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21 fevereiro, 2012

164 anos do Manifesto Comunista


Por Aline Sêne

"Anda um espectro pela Europa — o espectro do Comunismo. Todos os poderes da velha Europa se aliaram para uma santa caçada a este espectro, o papa e o tsar, Metternich e Guizot, radicais franceses e polícias alemães. [...] A história de todas as sociedades que existiram até nossos dias tem sido a história das lutas de classes. Homem livre e escravo, patrício e plebeu, barão e servo, burgueses de corporação e oficial, em suma, opressores e oprimidos, estiveram em constante oposição uns aos outros, travaram uma luta ininterrupta, ora oculta ora aberta, uma luta que de cada vez acabou por uma reconfiguração revolucionária de toda a sociedade ou pelo declínio comum das classes em luta."

Apresento esse trecho do Manifesto Comunista em comemoração dos seus 164 anos, desde sua primeira edição, 3 mil exemplares em alemão. Esse documento, escrito por Karl Marx e Friederich Engels, foi enviado a Liga dos Justos em fevereiro de 1848, em Londres, de onde foi impresso. Neste mesmo período, 24 de fevereiro, explode em Paris uma das maiores revoluções da Europa. Entre o manifesto e a "Primavera dos Povos" não existe uma causalidade, mas ambos são frutos de uma mobilização contra a burguesia. "1848 [...] trouxe à consciência social o ineliminável antagonismo entre capital e trabalho, burguesia e proletariado" (NETTO, José Paulo. Elementos para uma leitura crítica do Manifesto Comunista).

Como em 1848, que o Manifesto seja retomado e contribua para essa nova Primavera, que apesar de tantos anos, a condição imposta pelo capital continua. Os povos se levantam contra o capital, assim chamamos a todas e todos através do convite do revolucionário zapatista, Subcomandante Marcos.

“A todos os que lutam pelos valores humanos de democracia, liberdade e justiça.
A todos os que se esforçam para resistir ao crime mundial chamado ‘neoliberalismo’ e aspiram a que a humanidade e a esperança de ser melhores sejam sinônimos de futuro.
A todos os indivíduos, grupos, movimentos, organizações sociais, cidadãs e políticas, aos sindicatos, às associações de moradores, cooperativas, todas as existentes e por existir; organizações não-governamentais, grupos de solidariedade com as lutas dos povos do mundo, tribos, intelectuais, indígenas, estudantes,músicos, operários, artistas, professores, camponeses, grupos culturais, movimentos juvenis, meios de comunicação alternativa, ecologistas, colonos, lésbicas, homossexuais feministas, pacifistas.
A todos os seres humanos sem casa, sem terra, sem trabalho, sem alimento, sem saúde, sem educação, sem liberdade, sem independência, sem democracia, sem paz, sem pátria, sem amanhã.
A todos os que, sem importar cores, raças ou fronteiras, fazem da esperança arma e escudo.
[...]
Irmãos: a humanidade vive no peito de todos nós e, como o coração, prefere o lado esquerdo. Devemos encontrá-la, temos de nos encontrar.
Não é preciso conquistar o mundo. Basta fazê-lo de novo. Nós. Hoje.”
Revolução!

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