Pages

Subscribe:
  • Code Test

    Suspendisse neque tellus, malesuada in, facilisis et, adipiscing sit amet, risus. Sed egestas. Quisque mauris. Duis id ligula. Nunc quis tortor. In hendrerit, quam vitae mattis...
    Code Test!
  • Suspendisse neque tellus

    Suspendisse neque tellus, malesuada in, facilisis et, adipiscing sit amet, risus. Sed egestas. Quisque mauris. Duis id ligula. Nunc quis tortor. In hendrerit, quam vitae mattis...
    Suspendisse neque tellus
  • Curabitur faucibus

    Suspendisse neque tellus, malesuada in, facilisis et, adipiscing sit amet, risus. Sed egestas. Quisque mauris. Duis id ligula. Nunc quis tortor. In hendrerit, quam vitae mattis...
    Curabitur faucibus
  • Mauris euismod rhoncus tortor

    Suspendisse neque tellus, malesuada in, facilisis et, adipiscing sit amet, risus. Sed egestas. Quisque mauris. Duis id ligula. Nunc quis tortor. In hendrerit, quam vitae mattis...
    Mauris euismod rhoncus tortor
  • Sed nunc augue

    Suspendisse neque tellus, malesuada in, facilisis et, adipiscing sit amet, risus. Sed egestas. Quisque mauris. Duis id ligula. Nunc quis tortor. In hendrerit, quam vitae mattis...
    Sed nunc augue

Labels

27 maio, 2010

Crise ecológica, capitalismo, altermundialismo: um ponto de vista ecossocialista

Da Fundação Lauro Campos

Os ecologistas se enganam se crêem poder abrir mão da crítica de Marx ao capitalismo: uma ecologia que não leve em conta a relação entre "produtivismo" e lógica do lucro está destinada ao fracasso - ou pior, à sua recuperação pelo sistema. Os exemplos não faltam... A ausência de uma postura anticapitalista coerente levou a maior parte dos partidos verde europeus - França, Alemanha, Itália, Bélgica - a tornar-se simples parceiro "ecorreformista" da gestão social-liberal do capitalismo pelos governos de centro-esquerda. A opinião é de Michael Löwy em artigo para o n° 14 da revista
Margem Esquerda reproduzido por CartaMaior, 24-05-2010.

Grandezas e limites da ecologia

A grande contribuição da ecologia foi e continua sendo nos fazer tomar consciência dos perigos que ameaçam o planeta como consequência do atual modelo de produção e consumo. O crescimento exponencial das agressões ao meio ambiente e a ameaça crescente de uma ruptura do equilíbrio ecológico configuram um quadro catastrófico que coloca em questão a própria sobrevivência da vida humana. Estamos diante de uma crise de civilização que exige mudanças radicais.

Os ecologistas se enganam se crêem poder abrir mão da crítica marxiana do capitalismo: uma ecologia que não leve em conta a relação entre "produtivismo" e lógica do lucro está destinada ao fracasso - ou pior, à sua recuperação pelo sistema. Os exemplos não faltam... A ausência de uma postura anticapitalista coerente levou a maior parte dos partidos verde europeus - França, Alemanha, Itália, Bélgica - a tornar-se simples parceiro "ecoreformista" da gestão social-liberal do capitalismo pelos governos de centro-esquerda.

Considerando os trabalhadores irremediavelmente destinados ao produtivismo, alguns ecologistas ignoram/descartam o movimento operário e inscrevem em suas bandeiras: "nem esquerda, nem direita".

Ex-marxistas convertidos à ecologia declaram apressadamente "adeus à classe operária" (André Gorz), enquanto outros autores (Alain Lipietz) insistem na necessidade de abandonar o "vermelho" - isto é, o marxismo ou o socialismo - para aderir ao "verde", novo paradigma que trará uma resposta a todos os problemas econômicos e sociais.

O ecossocialismo

O que é então o ecossocialismo? Trata-se de uma corrente de pensamento e ação ecológicos que toma como suas as aquisições fundamentais do marxismo - ao mesmo tempo que se livra de seus entulhos produtivistas.

Para os ecossocialistas a lógica do mercado e do lucro - bem como aquela do defunto do autoritarismo burocrático, o "socialismo real" - são incompatíveis com as exigências de preservação do meio ambiente. Ao mesmo tempo que criticam a ideologia das correntes dominantes do movimento operário, eles sabem que os trabalhadores e suas organizações são uma força essencial para uma transformação radical do sistema e para a construção de uma nova sociedade socialista e ecológica.

Essa corrente está longe de ser politicamente homogênea, mas a maior parte de seus representantes compartilha alguns temas. Rompendo com a ideologia produtivista do progresso - em sua forma capitalista e/ou burocrática - e oposta à expansão ao infinito de um modo de produção e consumo destruidor da natureza, o ecossocialismo representa uma tentativa original de articular as ideias fundamentais do socialismo marxista com as contribuições da crítica ecológica.

O raciocínio ecossocialista se apoia em dois argumentos essenciais:

1) o modo de produção e consumo atual dos países capitalistas avançados, fundado sobre uma lógica de acumulação ilimitada (do capital, dos lucros, das mercadorias), desperdício de recursos, consumo ostentatório e destruição acelerada do meio ambiente, não pode de forma alguma ser estendido para o conjunto do planeta, sob pena de uma crise ecológica maior. Segundo cálculos recentes, se o consumo médio de energia dos EUA fosse generalizado para o conjunto da população mundial, as reservas conhecidas de petróleo seriam esgotadas em 19 dias. Esse sistema está, portanto, necessariamente fundado na manutenção e agravamento da desigualdade entre o Norte e o Sul;

2) de qualquer maneira, a continuidade do "progresso" capitalista e a expansão da civilização fundada na economia de mercado - até mesmo sob esta forma brutalmente desigual - ameaça diretamente, a médio prazo (toda previsão seria arriscada), a própria sobrevivência da espécie humana, em especial por causa das consequências catastróficas da mudança climática.

A racionalidade limitada do mercado capitalista, com seu cálculo imediatista das perdas e lucros, é intrinsecamente contraditória com uma racionalidade ecológica, que leve em conta a temporalidade longa dos ciclos naturais.

Não se trata de opor os "maus" capitalistas ecocidas aos "bons" capitalistas verdes: é o próprio sistema, fundado na competição impiedosa, nas exigências de rentabilidade, na corrida pelo lucro rápido, que é destruidor dos equilíbrios naturais. O pretenso capitalismo verde não passa de uma manobra publicitária, uma etiqueta buscando vender uma mercadoria, ou, no melhor dos casos, uma iniciativa local equivalente a uma gota-d'água sobre o solo árido do deserto capitalista.

Contra o fetichismo da mercadoria e a autonomização reificada da economia pelo neoliberalismo, o que está em jogo no futuro para os ecossocialistas é pôr em prática uma "economia moral" no sentido dado por Edward P. Thompson a este termo, isto é, uma política econômica fundada em critérios não monetários e extraeconômicos: em outras palavras, a reconciliação do econômico no ecológico, no social e no político.

As reformas parciais são totalmente insuficientes: é preciso substituir a microrracionalidade do lucro pela macrorracionalidade social e ecológica, algo que exige uma verdadeira mudança de civilização . Isso é impossível sem uma profunda reorientação tecnológica, visando a substituição das fontes atuais de energia por outras não poluentes e renováveis, como a eólica ou solar . A primeira questão colocada é, portanto, a do controle sobre os meios de produção e, principalmente, sobre as decisões de investimento e transformação tecnológica, que devem ser arrancados dos bancos e empresas capitalistas para tornarem-se um bem comum da sociedade.

Certamente, a mudança radical se relaciona não só com a produção, mas também com o consumo. Entretanto, o problema da civilização burguês-industrial não é - como muitas vezes os ecologistas argumentam - "o consumo excessivo" pela população e a solução não é uma "limitação" geral do consumo, sobretudo nos países capitalistas avançados. É o tipo de consumo atual, fundado na ostentação, no desperdício, na alienação mercantil, na obsessão acumuladora, que deve ser colocado em questão.

Ecologia e altermundialismo

Sim, nos responderão, é simpática essa utopia, mas por enquanto é preciso ficar de braços cruzados? Certamente não! É preciso lutar por cada avanço, cada medida de regulamentação, cada ação de defesa do meio ambiente. Cada quilômetro de estrada bloqueado, cada medida favorável aos transportes coletivos é importante; não somente porque retarda a corrida em direção ao abismo, mas porque permite às pessoas, aos trabalhadores, aos indivíduos se organizar, lutar e tomar consciência do que está em jogo nesse combate, de compreender, por sua experiência coletiva, a falência do sistema capitalista e a necessidade de uma mudança de civilização.

É nesse espírito que as forças mais ativas da ecologia estão engajadas, desde o início, no movimento altermundialista. Tal engajamento corresponde à tomada de consciência de que os grandes embates da crise ecológica são planetários e, portanto, só podem ser enfrentados por uma démarche resolutamente cosmopolítica, supranacional, mundial. O movimento altermundialista é sem dúvida o mais importante fenômeno de resistência antisistêmica do início do século XXI.

Essa vasta nebulosa, espécie de "movimento dos movimentos" que se manifesta de forma visível nos Fóruns Sociais - regionais e mundiais - e nas grandes manifestações de protesto - contra a Organização Mundial do Comércio (OMC), o G8 ou a guerra imperial no Iraque - não corresponde às formas habituais de ação social ou política. Ampla rede descentralizada, ele é múltiplo, diverso e heterogêneo, associando sindicatos operários e movimentos camponeses, ONGs e organizações indígenas, movimentos de mulheres e associações ecológicas, intelectuais e jovens ativistas. Longe de ser uma fraqueza, essa pluralidade é uma das fontes da força, crescente e expansiva, do movimento.

Pode-se afirmar que o ato de nascimento do altermundialismo foi a grande manifestação popular que fez fracassar a reunião da OMC em Seattle, em 1999. A cabeça visível desse combate era a convergência surpreendente de duas forças: turtles and teamsters, ecologistas vestidos de tartarugas (espécie ameaçada de extinção) e sindicalistas do setor de transportes. Portanto, a questão ecológica estava presente, desde o início, no coração das mobilizações contra a globalização capitalista neoliberal. A palavra de ordem central desse movimento, "o mundo não é uma mercadoria", visa também, evidentemente, o ar, a água, a terra, isto é, o ambiente natural, cada vez mais submetido aos ditames do capital.

Podemos afirmar que o altermundialismo comporta três momentos: 1) o protesto radical contra a ordem existente e suas sinistras instituições: o FMI, o Banco Mundial, a OMC, o G8; 2) um conjunto de medidas concretas, propostas passíveis de serem imediatamente realizadas: a taxação dos capitais financeiros, a supressão da dívida do Terceiro Mundo, o fim das guerras imperialistas; 3) a utopia de um "outro mundo possível", fundado sobre valores comuns como liberdade, democracia participativa, justiça social e defesa do meio ambiente.

A dimensão ecológica está presente nesses três momentos: ela inspira tanto a revolta contra um sistema que conduz a humanidade a um trágico impasse, quanto um conjunto de propostas precisas - moratória sobre os OGMs (Organismos Geneticamente Modificados), desenvolvimento de transportes coletivos gratuitos -, bem como a utopia de uma sociedade vivendo em harmonia com os ecossistemas, esboçada pelos documentos do movimento. Isso não quer dizer que não existam contradições, fruto tanto da resistência de setores do sindicalismo às reivindicações ecológicas, percebidas como uma "ameaça ao emprego", quanto da natureza míope e pouco social de algumas organizações ecológicas. Mas uma das características mais positivas dos Fóruns Sociais, e do altermundialismo em seu conjunto, é a possibilidade do encontro, debate, diálogo e da aprendizagem recíproca de diferentes tipos de movimentos.

É preciso acrescentar que o próprio movimento ecológico está longe de ser homogêneo: é muito diverso e contem um espectro que vai desde ONGs moderadas habituadas ao lobby como forma de pressão, até os movimentos combativos inseridos num trabalho de base militante; da gestão "realista" do Estado (no nível local ou nacional) às lutas que colocam em questão a lógica do sistema; da correção dos "excessos" da economia de mercado às iniciativas de orientação ecossocialista.

Essa heterogeneidade caracteriza, diga-se de passagem, todo o movimento altermundialista, mesmo com a predominância de uma sensibilidade anticapitalista, sobretudo na América Latina. É a razão pela qual o Fórum Social Mundial, precioso lugar de encontro - como explica tão bem nosso amigo Chico Whitaker - onde diferentes iniciativas podem fincar raízes, não pode se tornar um movimento sociopolítico estruturado, com uma "linha" comum, resoluções adotadas por maioria etc.

É importante sublinhar que a presença da ecologia no "movimento dos movimentos" não se limita às organizações ecológicas - Greenpeace, WWF, entre outras. Ela se torna cada vez mais uma dimensão levada em conta, na ação e reflexão, por diferentes movimentos sociais, camponeses, indígenas, feministas, religiosos (Teologia da Libertação).

Um exemplo impressionante dessa integração "orgânica" das questões ecológicas por outros movimentos é o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) que, com seus camaradas da rede internacional Via Campesina, é um dos pilares do Fórum Social Mundial e do movimento altermundialista. Hostil desde sua origem ao capitalismo e sua expressão rural, o agronegócio, o MST integrou cada vez mais a dimensão ecológica no seu combate por uma reforma agrária radical e um outro modelo de agricultura. Durante a celebração do vigésimo aniversário do movimento, no Rio de Janeiro em 2005, o documento dos organizadores declarava: nosso sonho de "um mundo igualitário, que socialize as riquezas materiais e culturais", um novo caminho para a sociedade, "fundado na igualdade entre os seres humanos e nos princípios ecológicos".

Isto se traduziu nas ações - por diversas vezes à margem da "legalidade" - do MST contra os OGMs, o que é tanto um combate contra a tentativa das multinacionais - Monsanto, Syngenta - de controlar totalmente as sementes, submetendo os camponeses à sua dominação, como uma luta contra um fator de poluição e contaminação incontrolável do campo. Assim, graças a uma ocupação "selvagem", o MST obteve em 2006 a expropriação do campo de milho e soja transgênicos da Syngenta Seeds no Estado do Paraná, que se tornou o assentamento camponês Terra Livre. É preciso mencionar também seu enfrentamento às multinacionais de celulose que multiplicam, sobre centenas de milhares de hectares, verdadeiros "desertos verdes", florestas de eucaliptos (monocultura) que secam todas as fontes d'água e destroem toda a biodiversidade. Esses combates são inseparáveis, para os quadros e ativistas do MST, de uma perspectiva anticapitalista radic al.

As cooperativas agrícolas do MST desenvolvem, cada vez mais, uma agricultura biologicamente preocupada com a biodiversidade e com o meio ambiente em geral, constituindo assim exemplos concretos de uma forma de produção alternativa. Em julho de 2007, o MST e seus parceiros do movimento Via Campesina organizaram em Curitiba uma Jornada de Agroecologia, com a presença de centenas de delegados, engenheiros agrônomos, universitários e teólogos da libertação (Leonardo Boff, Frei Betto).

Naturalmente, essas experiências de luta não se limitam ao Brasil, sendo encontradas sob formas diferentes em muitos outros países, não apenas no Terceiro Mundo, constituindo-se numa parte significativa do arsenal combativo do altermundialismo e da nova cultura cosmopolítica da qual ele é um dos portadores.

* * *

O fracasso retumbante da Conferência das Nações Unidas sobre a Mudança Climática, de dezembro de 2009, confirma mais uma vez, para quem ainda tinha dúvidas, a incapacidade de governos à serviço dos interesses do capital em enfrentar o problema. Em vez de um acordo internacional obrigatório, com reduções substanciais de emissões de gazes com efeito estufa nos países industrializados - um mínimo de 40% seria necessário - seguida de medidas mais modestas nos países emergentes (China, Índia, Brasil), os Estados Unidos impuseram, com o apoio da Europa e a cumplicidade da China, uma "declaração" completamente vazia, que faz senão reiterar o óbvio : precisamos impedir que a temperatura do planeta suba mais de 2°C.

A única esperança é o movimento social, altermundialista e ecológico, que se expressou em Copenhagen numa grande manifestação de rua - 100 mil pessoas - com o apoio de Evo Morales, cujas declarações anticapitalistas sem ambiguidades foram uma das poucas expressões criticas na conferencia "oficial". Os manifestantes, assim como o Fórum alternativo KlimaForum, levantaram a palavra de ordem "Mudemos o sistema, não o clima!" Evo Morales convocou um encontro de governos progressistas e movimentos sociais em Cochabamba (abril de 2010) com o objetivo de organizar a luta para salvar a Mãe-Terra, a Pacha-Mama, da destruição capitalista.

Fonte: Ecodebate, 26/05/2010, publicado pelo IHU On-line, parceiro estratégico do EcoDebate na socialização da informação.

19 maio, 2010

Célio Pedreira é eleito imortal da ATL

O portuense e membro do Nurba, Célio Pedreira, foi eleito, com 12 votos, no dia 14, imortal da Academia Tocantinense de Letras (ATL). Pedreira é autor do livro Porta e instrumentista da banda Mestre André. Para o homenageado, a vitória marca muito mais um registro histórico do que uma conquista pessoal. "Fico muito feliz. Já fiz minha inscrição com o objetivo de perpetuar o espaço para a cidade onde nasci, que é Porto Nacional, cidade também de Antônio Luiz Maya, que ocupava a cadeira antes de falecer". (Informações do Jornal do Tocantins)

Os membros do Nurba parabeniza este poeta, companheiro e músico. Parabéns Célio!


GROTA DAS POMBINHAS


Caminho de grota
maioria é calado
remoe terra de quintal
aflora na rua quando quer
e vai rezando no rumo do rio.

Caçoada de grota é ladeira
fiapo d'água na pedra
margem capilar
nem farta
nem sovina
só passarinho.

A grota das pombinhas
hoje lamenta cimento
agoniza lodo seco
ou empresta a tarde para as larvas
como suspirar de nada.

Poesia de Célio Pedreira

Entrevista com Aleida Guevara

Josué de Castro: o geógrafo da fome

Júnio Batista do Nascimento, professor, pesquisador, articulista e autor do livro Conhecendo o Tocantins: História e Geografia

Assim como eu, inúmeros geógrafos terminam o curso sem se quer saber quem foi Josué de Castro. Na prática, como professores, continuam sem ter acesso aos seus ensinamentos. Não é para menos, é raro o livro didático que traz alguma citação sobre este célebre cientista. conheci suas concepções três anos depois de formado, quando fui lecionar a disciplina Geografia Humana do Brasil na UNITINS em Regime Especial. Recentemente (maio de 2006), durante o 2º salão do livro realizado em Palmas, tive acesso a quatro obras: “Geopolítica da Fome”, “O Livro Negro da Fome”, “Homens e Caranguejos” e “Ensaios de Biologia Social”. Como nos últimos meses o debate sobre a fome ganhou novos contornos, fui impulsionado a escrever essas linhas para que novas gerações, que hoje praticamente o desconhecem, tenham a oportunidade de entender um pouco mais sobre um dos maiores intelectuais da vanguarda brasileira, que lutou incansavelmente para extirpar a fome, não só do Brasil, mais de nosso planeta.

Josué de Castro, nasceu no Recife em 1908, sua infância foi marcada pelos mangues lamacentos do rio Capibaribe de onde retirava o alimento que lhe garantia a sobrevivência. Essa dolorosa experiência, ele retratou poeticamente em Homens e Caranguejos, publicado em 1965, onde destaca a gênese da sua aventura cognitiva no universo dos famintos. Filho de sertanejo, aprendeu desde cedo a conviver com a pobreza e a miséria. Na juventude conviveu com a maior seca da história do Brasil em 1915, bem retratada no romance “O Quinze” de Rachel de Queiroz. Com apenas 20 anos, concluiu a Faculdade de Medicina. Em sua primeira experiência como médico, Josué é convidado para diagnosticar os operários de uma fábrica de tecidos, até então acusados da doença da preguiça.

No entanto, Josué, descobre que a principal causa do baixo desempenho ocupacional daqueles operários era a fome, a mesma fome que assolava os seus amigos de infância que habitavam nos mangues. Foi a partir daí que começou a desenvolver pesquisas e estudos sobre as condições de vida: o resultado foram várias publicações, dentre outras, a mais conhecida a Geografia da Fome – obra clássica publicada em 1946, uma espécie de tratado sobre essa temática, traduzida em mais de 25 idiomas, e que teve grande repercussão mundial, ganhando vários prêmios.

A fome até hoje, em pleno século XXI, continua sendo o maior flagelo para da humanidade, cerca de 13%, ou seja mais de 800 milhões de pessoas não consomem diariamente alimentos com a quantidade mínima recomendada, os ensinamentos de Josué de Castro influenciaram até no conceito da palavra fome, que ganhou novo significado. Ela deixou de ser simplesmente a falta de alimentos para a satisfação do apetite e passa a ser também a falta de quaisquer dos elementos nutritivos (vitaminas e minerais) indispensáveis à manutenção da saúde. Também chamada de deficiência energética crônica ou simplesmente desnutrição, um dos principais fatores das mortes prematuras. Muito comum no Brasil em virtude da alimentação desbalanceada ou pouco diversificada.

Na verdade, Josué de Castro foi mais que um pioneiro no estudo da fome, ele foi a maior expressividade dentro das ciências sociais e humanas, deixando vários estudos quebrando inclusive tabus, mitos e preconceitos. Além contrapor velhas teorias de Freud e Thomas Malthus ao afirmar que a explosão demográfica é uma conseqüência direta da fome. Foi também dele as idéias que hoje formam a base do programa Fome Zero do Governo Federal. Isso mesmo, quase seis décadas depois, as suas concepções saem do papel e começam a ser colocadas em prática.

Professor, médico, romancista, poeta, jornalista conviveu com figuras de proa da intelectualidade brasileira, entre eles o alagoano Arhur Ramos, o pernambucano Gilberto Freyre, o paulista Sérgio Buarque de Holanda, o baiano Anísio Teixeira e o potiguar Câmara Cascudo. Sua caminhada e seu inconformismo com as mazelas sociais e a fome tornaram-se mundialmente conhecidas, chegando a ocupar cargos e funções em organismos da ONU, além de participar em diversas missões internacionais com o intuito de combater o flagelo da desnutrição.

Em resumo a vida de Josué de Castro foi uma grande lição de engajamento em sua própria realidade, sua própria cultura, pois procurou desenvolver toda uma ciência, a partir de um fenômeno em sua mais dura expressão: a Fome. Esse perfil é expresso com clareza pelo geógrafo Manuel Correia de Andrade “Josué de Castro não era um intelectual alienado e encerrado numa torre de marfim; ao contrário, era um homem que juntava ao saber acadêmico o saber adquirido na observação empírica, na reflexão direta da realidade e na absorção da cultura popular. Ele mostra que não se deixou enganar pelas teorizações de muitos cientistas de renome que, a serviço de países ou de megaempresas, formulavam teorias que beneficiariam as forças econômicas internacionais e justificariam a exploração e a pauperização das populações periféricas, hoje tão acentuadas, com a substituição da fase imperialista pela fase globalizadora, na economia capitalista mundial”.

Célio Pedreira é eleito imortal ATL

O portuense e membro do Nurba, Célio Pedreira, foi eleito, com 12 votos, no dia 14, imortal da Academia Tocantinense de Letras (ATL). Pedreira é autor do livro Porta e instrumentista da banda Mestre André. Para o homenageado, a vitória marca muito mais um registro histórico do que uma conquista pessoal. "Fico muito feliz. Já fiz minha inscrição com o objetivo de perpetuar o espaço para a cidade onde nasci, que é Porto Nacional, cidade também de Antônio Luiz Maya, que ocupava a cadeira antes de falecer". (Informações do Jornal do Tocantins)

Os membros do Nurba parabeniza este poeta, companheiro e músico. Parabéns Célio!


GROTA DAS POMBINHAS


Caminho de grota
maioria é calado
remoe terra de quintal
aflora na rua quando quer
e vai rezando no rumo do rio.

Caçoada de grota é ladeira
fiapo d'água na pedra
margem capilar
nem farta
nem sovina
só passarinho.

A grota das pombinhas
hoje lamenta cimento
agoniza lodo seco
ou empresta a tarde para as larvas
como suspirar de nada.

Poesia de Célio Pedreira

04 maio, 2010

A cisão da dialética e a não identidade entre o fenômeno e o seu conceito



Sergio Granja*
www.socialismo.org.br
 
Friedrich Engels: "a unidade do conceito e do fenômeno se 
apresenta como um processo infinito por essência"

Em sua avaliação da correspondência de Marx e Engels, Lênin conclui que "quando, por assim dizer,  se tenta definir numa palavra o núcleo de toda a correspondência, esse ponto central para o qual converge toda a rede de ideias exprimidas e debatidas, essa palavra será a dialética".1

O conceito de dialética, todavia, é objeto de uma disputa na qual Marx distingue netamente a dialética materialista da idealista:
"[...] meu método de exposição não é o de Hegel, porque eu sou materialista e Hegel idealista. A dialética de Hegel é a forma fundamental de qualquer dialética, mas somente quando se a desembaraça de sua forma mística, e é precisamente isso que distingue meu método."2

Engels aponta uma "deformação da dialética em Hegel":
"A deformação da dialética em Hegel advém do fato de que ela deve ser 'a auto-evolução do pensamento', do qual a dialética das coisas é um simples reflexo, enquanto que, na realidade, a dialética que está na nossa cabeça não é outra coisa que o reflexo do desenvolvimento real que se opera no mundo da natureza e da sociedade humana e obedece às formas dialéticas.
"Compare-se, então, o desenvolvimento da mercadoria no capital, em Marx, ao desenvolvimento do ser na essência, em Hegel, e se terá um excelente paralelo: aqui a evolução concreta, tal como se desenrola na realidade, e lá uma construção abstrata, na qual pensamentos propriamente geniais e transições por lugares muito importantes, como por exemplo a da quantidade em qualidade e vice-versa, se transmutam numa autoevolução aparente de uma noção na outra.  Como se poderia fabricar uma boa dozena."3

Em contrapartida, diz Engels, "Marx condensa o conteúdo comum dos fatos e das relações em sua expressão conceitual mais geral; sua abstração consiste, portanto, simplesmente em devolver, sob forma conceitual, o conteúdo que as coisas previamente encerram."4

A abstração como expressão condensada do real pressupõe logicamente a não identidade entre o fenômeno e o seu conceito.  Contestando objeções de Conrad Schmidt5, Engels explica:
"As objeções que você faz à lei do valor atingem todos os conceitos, ao considerá-los do ponto de vista da realidade.  A identidade do pensamento e do ser, para retomar a terminologia hegeliana, coincide em toda a parte com o seu exemplo do círculo e do polígono.  Ou ainda: o conceito de uma coisa e a realidade desta são paralelos, como duas assíntotas que se aproximam sem cessar uma da outra sem nunca se encontrar.  Essa diferença que as separa é precisamente o que faz que a realidade não seja imediatamente o seu próprio conceito.  Pelo fato de um conceito possuir o caráter essencial de um conceito, portanto, dele não coincidir de cara, imediatamente, prima facie, com a realidade, da qual é preciso inicialmente abstraí-lo, por esse fato, ele é sempre mais do que uma simples ficção, a menos que você considere ficção todos os resultados do pensamento, porque a realidade só corresponde a esses resultados através de um longo desvio e, mesmo assim, só se aproxima dela de maneira assintótica.

"Será diferente com a taxa geral de lucro?  A cada instante, ela só existe de maneira aproximada.  Quando se realiza em dois estabelecimentos a ponto de coincidir no menor detalhe, se todos os dois obtêm num exercício dado exatamente a mesma taxa de lucro, é pura coincidência; na realidade, as taxas de lucro variam em função de múltiplas circunstâncias, de uma empresa a outra e de um ano para outro, e a taxa geral só existe como média de numerosas empresas e sobre toda uma série de anos.  Mas exigir que, em cada empresa e a cada ano, a taxa de lucro seja exatamente a mesma até a centésima casa decimal, que seja, digamos, de 14,876934..., sob pena de vê-la se reduzir a uma simples ficção, seria desconhecer grandemente a natureza da taxa de lucro e das leis econômicas em geral - elas todas só existem como aproximação, tendência, média, mas não na realidade imediata.  Isso deve-se em parte a que sua ação é contra-arrestada pela ação simultânea de outras leis, mas também em parte por sua natureza enquanto conceitos.
"Ou então, tome a lei do salário, a maneira pela qual se realiza o valor da força de trabalho, que só se realiza na média - e mesmo assim nem sempre - e que varia segundo a localidade, mesmo segundo o ramo, em função de hábitos de vida.  Ou ainda a renda fundiária, que representa, em relação à taxa geral, o sobre-lucro resultante da monopolização de uma força natural.  Aí não menos, sobre-lucro real e renda real não coincidem em nada automaticamente, mas somente de maneira aproximada, na média.

"Exatamente o mesmo ocorrerá com a lei do valor e a repartição da mais-valia por meio da taxa de lucro.

"1. As duas coisas só se realizam completamente, de maneira aproximada, na hipótese de uma produção capitalista se realizando completamente em toda a parte, quer dizer, na hipótese de uma sociedade reduzida às classes modernas dos proprietários fundiários, dos capitalistas (industriais e comerciantes) e dos operários, todas as classes intermediárias estando eliminadas.  Ora, situação semelhante não existe nem na Inglaterra e não existirá nunca: nós não deixaremos as coisas chegarem lá.

"2. O lucro, compreendida a renda, compõe-se de diferentes elementos:
"a) O lucro por propaganda enganosa das mercadorias - que se anula na soma algébrica desses lucros.
"b) Os lucros resultantes do incremento de valor dos estoques (por exemplo, o saldo da última colheita, quando a seguinte é ruim).  Estes também devem, teoricamente, se compensar no final das contas, se é que já não foram anulados pela queda de valor de outras mercadorias, os capitalistas compradores devendo desembolsar a mais o que ganham os vendedores, ou devido ao fato, se se trata da subsistência dos operários, de que o salário deverá, a longo termo, aumentar. Mas as mais importantes dessas argumentações do valor não se produzem a termo;  só há, então, compensação sobre uma média de vários anos e essa compensação é muito imperfeita: é notório que ela se opera às expensas dos operários; eles produzem mais-valia a mais, porque sua força de trabalho não é totalmente paga.
"c) A soma total da mais-valia, mas da qual é subtraída então a fração que se dá de presente ao comprador,  particularmente em tempo de crise, quando o valor da superprodução é reduzida da quantidade de trabalho socialmente necessária que ela contém realmente.

"De tudo isso se segue, de cara, que a totalidade do lucro e da mais-valia só podem coincidir aproximadamente.  Se você acrescentar que a totalidade da mais-valia assim como a totalidade do capital não são valores constantes, mas grandezas variáveis, que se modificam de um dia para o outro, parece que é pura e simplesmente impossível exprimir a taxa de lucro pela fórmula Σ pl / Σ (c+v)  de outro modo que não a considerando como uma função aproximada e de não considerar a totalidade do preço e a totalidade do valor a não ser como uma tendência à unidade e por isso descartando a identidade.  Em outros termos, a unidade do conceito e do fenômeno se apresenta como um processo infinito por essência - e realmente o é, nesse caso e em qualquer outro.

"Será que o feudalismo alguma vez coincidiu com o seu conceito?  Fundado no reino dos Francos ocidentais, desenvolvido na Normandia pelos conquistadores noruegueses, melhor elaborado na Inglaterra e na Itália meridional pelos normandos franceses, foi no reino efêmero de Jerusalém, que nos legou nos seus Assizes de Jerusalém a expressão mais clássica da ordem feudal, a que mais se aproximava de seu conceito.  Essa ordem era por isso uma ficção, por só ter conhecido, sob sua forma clássica, uma breve existência na Palestina e, mesmo assim, em boa parte, somente no papel?

"Ou ainda, os conceitos admitidos nas ciências naturais são ficções porque seria preciso que recobrissem sempre exatamente a realidade?  A partir do momento que aceitamos a teoria da evolução, todos nossos conceitos da vida orgânica só correspondem à realidade de maneira aproximada.  Senão, não haveria transformação; no dia em que conceito e realidade coincidirem absolutamente no mundo orgânico, será o fim da evolução.  O conceito de peixe implica a existência na água e a respiração com a ajuda de gueiras; como você quer passar do peixe ao animal anfíbio sem romper o conceito?  E há efetivamente uma ruptura; conhecemos toda uma série de peixes cuja bexiga natatória evoluiu até o pulmão e que podem respirar o ar.  Como você quer passar do réptil ovíparo  ao mamífero, que põe os filhotes no mundo, sem entrar em conflito com a realidade de um dos conceitos ou com os dois ao mesmo tempo?  E, na realidade, possuímos, com os monotremos, toda uma subcategoria de mamíferos ovíparos - em 1843, eu vi em Manchester as obras sobre o ornitorrinco e, na minha suficiência ignorante, debochei dessa estupidez: como se um mamífero pudesse pôr!  E eis que agora está provado!  Não faça, então, em relação ao conceito de valor, como eu já fiz, e isso porque fui obrigado em seguida a pedir perdão ao ornitorrinco!"6

Sem dúvida, o ornitorrinco é algo que nos obriga a dar tratos à bola..

Notas:

1 Lênine, Oeuvres, Paris-Moscou, t. 19, p. 594
2 Carta de Marx a L, Kugelmann, 6 de março de 1868 (Correspondance: 199-200)
3 Carta de Engels a C. Schmidt, 1 de novembro de 1891 (Correspondance: 474)
4 Carta de Engels a K. Kautsky, 20 de setembro de 1884 (Correspondance: 390)
5 Conrad Schmidt (1863-1932) foi um economista e filósofo alemão que se afastou do marxismo e tornou-se autor de obras "revisionistas".
6 Carta de Engels a C. Schmidt, 12 de março de 1895 (Correspondance: 523-528)

Bibliografia:

MARX, Karl; ENGELS, Friedrich.  Correspondance (1844-1895), Moscou: Editions du Progrès, 1971.
* Citações traduzidas livremente do francês.

*Sergio Granja
é pesquisador da Fundação Lauro Campos

Umbelino diz que vivemos uma crise civilizatória e a sociedade chegou ao seu limite

Da agência Informação Social

Cláudia Santos
Para Umbelino, a crise do capitalismo vai além da esfera
 econômica

A programação da Assembleia Popular na tarde de sábado, 1, teve a participação do professor da Universidade de São Paulo (USP) e professor visitante na Universidade Federal do Tocantins (UFT), Ariovaldo Umbelino, doutor em Geografia.  Em sua palestra sobre “A crise e os grandes projetos”, Umbelino explicou que o capitalismo, na sua face neoliberal, entrou em uma profunda crise no final de 2008. Ele destacou que a crise vai além da esfera econômica, tratando-se de uma crise civilizatória. “A sociedade como está é insustentável, chegou ao seu limite”, ressaltou.

“O Brasil produz alimento barato para o mundo e não para os brasileiros”, disse. Segundo Umbelino, a política econômica do governo Federal é de fortalecer o agronegócio e os grandes empreendimentos. “O governo Lula está fazendo no segundo mandato a contra reforma agrária”, frisou. Ele alertou que o Estado do Tocantins está incluso na região escolhida pelo Plano Nacional de Energia para a produção do etanol para a exportação e o Brasil possui 10 milhões de hectares de plantação de cana-de-açúcar, sendo que no mundo são 20 milhões de hectares.

Outro ponto abordado na palestra foi a expansão da produção de grãos, principalmente o plantio da soja, nos Estados Tocantins e Maranhão. Umbelino apontou que mesmo no período de crise as plantações nessa região estão em crescimento. “Esses Estados têm vastas extensões de terras devolutas, que foram griladas”, afirmou. Ele apresentou, que no Brasil são 310 milhões de hectares de terras devolutas no Brasil, na região Amazônica são 67 milhões de hectares, no Estado do Tocantins 1 milhão de hectares.

O professor finalizou a palestra falando da importância da mobilização popular. Na avaliação de Umbelino o fortalecimento dos movimentos sociais é uma forma para que a sociedade tenha maior representação. “O exercício da democracia de massa é o povo na rua”, completou. O geógrafo também destacou que é preciso repensar uma nova sociedade, construir utopias.

Acesse (www.informacaosocial.com) e confira a cobertura completa da Assembleia Popular/Tocantins.

Gilmar Mauro: ‘Lula não fez reforma agrária, mas somente política de assentamentos’

Correio da Cidadadania

O mês de abril se encerra e com ele mais uma edição da Jornada Nacional de Luta pela Reforma Agrária organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Em entrevista ao Correio da Cidadania, Gilmar Mauro, dirigente nacional do movimento, analisa mais essa jornada, que reivindica o cumprimento das antiqüíssimas promessas de promoção de reforma agrária e apoio aos assentamentos.

No entanto, Gilmar ressalta que não é mais possível manter as reivindicações por distribuição de terras dentro dos parâmetros antigos, uma vez que o agronegócio e seus grandes grupos econômicos estão no controle de todo o processo produtivo, não se limitando somente à propriedade da terra.

Tal constatação nos leva à crucial questão de rediscutirmos que tipo de produção e alimentação queremos para a humanidade, hoje às voltas com a forte presença dos agrotóxicos e a destruição ambiental proporcionada por tal modelo. Além disso, destaca que o movimento ainda não discute o pleito presidencial exatamente para evitar que a jornada seja tratada como eleitoreira, quando na verdade se baseia em toda uma ‘amarelada’ pauta de necessidades e exigências.

Clique aqui e confira a entrevista com Gilmar Mauro.